domingo, 7 de junho de 2009

LIVROS

Um dos maiores privilégios de minha vida foi, sem dúvida, ter pais que valorizassem a leitura (foram eles quem me alfabetizaram) e experiências de vida que me levassem a gostar de ler. Sou muito grato a Deus por isso.
Em minha adolescência, chegava a percorrer quilômetros simplesmente para chegar a uma biblioteca, e sinto-me ainda hoje capaz de fazer o mesmo.

Sendo assim, gostaria de compartilhar algumas das principais leituras que já fiz durante minha vida, expondo as obras que mais me causaram impacto, seja pela beleza literária, pela relevância dos temas abordados ou pela profundidade das lições transmitidas (exporei apenas obras, não autores: se assim fosse, certamente mencionaria Monteiro Lobato – que não escreveu apenas o Sítio do Pica-Pau Amarelo – e Érico Veríssimo).

Caso você se pergunte o porquê de um blog cristão, predominantemente teológico, dedicar um artigo à literatura secular, respondo que, na qualidade de narrativa dos dramas do gênero humano, os livros apontam, a necessidade universal que todos possuem das boas novas do Evangelho de Jesus Cristo. Além disso, a apreciação de virtudes como companheirismo, solidariedade, coragem e abnegação apresentadas na literatura (e o repúdio dos vícios correpondentes) dão testemunho da relevância universal dos mesmos valores, que são, antes de tudo, expostos na Bíblia Sagrada, servindo também como mais um instrumento de reflexão, sensibilização e construção de saberes acerca destes valores eternos, auxiliando em nosso processo de santificação, que (tomando de empréstimo as palavras de Ed René Kivitz), é sempre um processo de humanização.

O AMOR NOS TEMPOS DO CÓLERA: embora Gabriel Garcia Marquez seja mais conhecido por Cem Anos de Solidão (que, confesso sinceramente, foi o livro mais triste que já li em toda minha vida), O amor nos tempos do cólera explora de forma magistral e profunda a complexidade dos relacionamentos humanos diante da dinâmica da vida – e da morte, representada através da sinistra ameaça de uma epidemia de cólera. PS: Ainda não assisti o filme, por isso não sei se é fiel à obra.



DOM QUIXOTE: se possível, leia a versão integral de Miguel de Cervantes. A grossura do volume realmente assusta (cerca de 500 páginas), mas as adaptações não conseguem dar conta do teor cômico da narrativa. Todavia, mesmo que numa adaptação, leia Dom Quixote. O “Cavaleiro da Triste Figura” nos apresenta um importante desafio: qual a relação entre o idealismo e a loucura?

ÉRAMOS SEIS (Maria José Dupré): A trajetória de uma família, narrada do ponto de vista do elo mais fraco - a mãe.

O PEQUENO PRÍNCIPE (Antoine de Saint-Exupéry): Como já disse em outro post, a viagem de descobertas do Príncipe proporcionou-lhe muitas situações surpreendentes. Nenhuma delas, contudo, tão importante quanto a descoberta de si mesmo e de seus sentimentos.

GOTA D’ÁGUA: A beleza dos versos de Chico Buarque e Paulo Pontes não consegue banalizar a tragédia da mãe que, em desespero, mata seus dois filhos e suicida-se. Todavia, na adaptação da tragédia grega Medéia para o teatro (com o texto escrito todo em versos), ambientando-a no Brasil dos anos 70, o lirismo serve como ferramenta para a crítica social.



AMAR, VERBO INTRANSITIVO: embora transmita muito dos preconceitos do autor (ou a ironia de Mário de Andrade), o romance explora de maneira bastante penetrante a vida interior dos personagens, especialmente no que tange à sua relação com a frustração. É impossível ler a obra e não se compadecer de Fraülein Elza.



VIDAS SECAS: Quer entender o significado real da palavra exclusão? Então, leia esta obra de Graciliano Ramos.



MEU PÉ DE LARANJA LIMA (José Mauro de Vasconcelos): O sensível relato da infância de uma criança – e dos sofrimentos que pertencem este período da vida. Um deles: a incompreensão, que leva à solidão.



MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS (Machado de Assis): Literatura que cai em vestibular pode ser divertida! E interessante! Você verá, após ler o balanço crítico que Brás Cubas faz de sua vida, que o aspecto menos sinistro da história é o fato de ela ser contada por um cadáver.


O MENINO MALUQUINHO (Ziraldo): Quem disse que a literatura infantil não pode conter lirismo e profundidade? Apenas não siga o exemplo do Menino Maluquinho no quesito fidelidade: seja fiel em seus relacionamentos!


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