segunda-feira, 22 de setembro de 2014

ESBOÇO: 4 FORMAS INCORRETAS DE LIDAR COM O PECADO (SERMÃO EXPOSITIVO)

TEXTO: Gn 37.18-36

INTRODUÇÃO: Os irmãos de José tentaram atenuar encontraram uma falsa solução na tentativa de atenuar seu erro (vender o irmão como escravo ao invés de assassiná-lo); que não não os isentou de quer dizer que eles erraram gravemente junto ao pai e irmão – mesmo que, a princípio, não tenham pensado assim.

FRASE DE TRANSIÇÃO: As atitudes dos irmãos de José revelam 4 formas inadequadas de lidar com o pecado:

  1. INSENSIBILIDADE: comeram pão à boca da cova onde o irmão sofria (v. 25)
    1. Passagens paralelas: At 7.51; 1Tm 4.2
    2. APLICAÇÃO: Combatemos a insensibilidade ABRINDO O CORAÇÃO A DEUS E AO PRÓXIMO
  2. RACIONALIZAÇÃO: consideraram indecente prejudicar José com as próprias mãos, mas não viram problema em entregá-lo às mãos de terceiros (v. 27)
    1. A racionalização é o engano de tentar ver decência na indecência
    2. A racionalização é reducionista - reduz a real gravidade das ações.
    3. Jesus combatia a racionalização dos fariseus (Mc 7.9-13)
    4. APLICAÇÃO: Combatemos a racionalização encarando a VERDADE SOBRE NOSSOS ATOS
  3. PRAGMATISMO ou UTILITARISMO (v. 26): ver utilidade ou proveito no pecado 
    1. O pragmático transforma o pecado em um meio necessário de realização
    2. O pragmatismo torna pessoas em objetos a serviço do egoísmo
    3. Os irmãos de José o consideravam um obstáculo à sua felicidade (por isso queriam livrar-se dele), mas o problema estava neles
    4. APLICAÇÃO: Combatemos o pragmatismo através do DISCERNIMENTO
  4. INGENUIDADE (v. 29): melhor que protestar contra o mal é evitá-lo... 
    1. Rubens rasga suas vestes ao saber que a brincadeira foi longe demais - mas aceitou participar da humilhação do irmão (22) e não fez nada de efetivo  durante o restante do tempo
    2. A conseqüência da ingenuidade diante do pecado é que acabamos nos tornando reféns e cúmplices das situações que não evitamos
    3. APLICAÇÃO: Combatemos a ingenuidade com a VIGILÂNCIA

TESE: Existe apenas uma ÚNICA e LEGÍTIMA forma de lidar com o pecado: confissão, arrependimento e fé genuínos.

CONCLUSÃO: Lidar inadequadamente com o pecado não evita o sofrimento proporcionado pelo pecado (os sofrimentos de Jacó e José, v. 34-36). Já existe muita gente causando sofrimento no mundo. Você será mais um? Deus te chama para fazer a diferença!

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

DESUNIÃO OU POSTURA APOLOGÉTICA?



“Nunca vemos na TV um pai-de-santo falando mal de outro. Mas lamentavelmente vemos pastores falando mal uns dos outros. Isto mostra o quanto a igreja evangélica é desunida”.

Não me recordo exatamente a ocasião, nem o autor da frase (se não me falha a memória, seria um dos pastores midiáticos atuais), ou se ele usou a palavra “criticando” no lugar de “falando mal” (embora, a meu ver, ele igualou as duas coisas em sua fala). Mas sua postura de lamento marcou minha memória.

E neste momento manifesto minha discordância em relação ao pensamento do referido pastor.

Existe uma razão muito simples pela qual não temos pais-de-santo falando mal uns dos outros: eles não foram chamados a batalhar pela fé que foi dada aos santos (Jd 3)!

O trabalho apologético faz parte do ministério pastoral (2Tm 4.2-5; Tt 1.9). Quando entendemos isso, percebemos que existe uma diferença entre promover união e promover união a qualquer custo.

União a qualquer custo chama-se corporativismo - e o corporativismo se preocupa apenas em “defender os nossos”. Não se preocupa com a devida crítica de suas ações (e, como estamos falando de pastores, com a devida crítica de seu ensino). O espírito corporativista não representa o ideal de unidade para a Igreja - o que me levou a detectar grande perigo na frase que abriu este post.

Precisamos de pastores criticando uns aos outros, sim.

Atitude de desunião? Não. Postura apologética.


Mais que isso: não podemos abrir mão deles e muito menos nos escandalizar com eles, com a consciência de que a já acentuada tendência que a igreja possui para o corporativismo não deve ser alimentada.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

COMO CONCILIAR O SALMO 34 COM O CAPÍTULO 5 DE TIAGO?



Está alguém entre vós aflito? Ore. Está alguém contente? Cante louvores. (Tiago 5.13)

Louvarei ao SENHOR em todo o tempo; o seu louvor estará continuamente na minha boca. (Salmo 34.1)

Estes dois textos, colocados lado a lado, parecem contraditórios. Um deles parece sugerir (e exortar a) um estado de constante alegria e efusão religiosa; o outro parece reconhecer os altos e baixos da vida e a atitude adequada para cada momento.

Não se trata de contradição, mas de complementação – cada texto atende a um importante propósito.

Tiago 5.13 é a denúncia e a crítica da espiritualidade ufanista, movida por bravatas (tão característica de nosso evangelicalismo!). O apóstolo sabe que a aflição é uma realidade para os fiéis. Não os condena por seu abatimento, nem faz falsas promessas, apenas os exorta a compartilhar com Deus seu fardo.

Tiago sabia que a alegria simulada não traz vitória sobre a aflição (pelo contrário, traz frustração): o aflito precisa da restauração de sua alegria, através do contato com o Todo-Poderoso em oração.

Logo, Tiago 5.13 é um chamado à sobriedade.

Todavia, o Salmo 34 nos lembra que o abatimento não pode ser o estilo de vida do cristão: louvar ao Senhor em todo o tempo, de forma contínua, não é a descrição de uma atitude ufanista e alienada, mas nos indica uma vida de constante vitória contra a aflição.

Assim como Ana, que não mais se sentiu triste após orar (1Sm 1.18), o cristão possui recursos contra a aflição que não pode ser negligente em empregar.

O Salmo 34.1 é um chamado à manutenção da alegria.

A Palavra de Deus possui harmonia e respostas a todas as necessidades da vida. 

É por isto que nos foram dados estes dois textos. É por isso que precisamos de ambos.

Para que a vida seja encarada com realismo e alegria.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

A REGRA NÃO PODE VIRAR EXCEÇÃO



Desde 13 de março de 2013, ao ser eleito papa, Jorge Mario Bergoglio tem surpreendido o mundo com suas atitudes.

A começar pela escolha de seu nome papal, “Francisco”, homenageando o poverello de Assis. Logo em seguida, ao pedir que orem por ele, surpreende com suas maneiras afáveis e gentis. Continua surpreendendo com sua acessibilidade e, principalmente, por seu desapego, expresso nos hábitos simples, na pela pregação a favor de uma vida simples e na punição de religiosos que viviam luxuosamente à custa dos fiéis.  

Realmente, Francisco é uma surpresa para o mundo (mesmo para aqueles que, como eu, não concordam com sua teologia). Uma grata surpresa.

E ao mesmo tempo, lamento que Francisco cause tanta admiração – pois, afinal, ele está simplesmente demonstrando a prática que sua crença exige.

O nível de surpresa que o mundo demonstra diante de Francisco demonstra também algo mais grave: que não é esperado um comportamento gentil e humilde por parte de um líder religioso. Quando ocorre, é de causar admiração.

Isto mostra que a regra se tornou exceção! Triste realidade!

Costumo pensar que herói é aquele que faz o qualquer um deveria ter feito. Neste sentido, a existência de “heróis” se constitui em uma anomalia. E, como dito, triste é o povo que precisa de heróis – porque não assume sua vocação para a virtude.

Precisamos de uma nova safra de religiosos que mostre que gentileza e humildade é regra, não exceção, fazendo com que o mundo pare de se espantar diante destas virtudes – e simplesmente se acostume com elas.


E que esta nova safra venha a surgir também no Brasil, tão repleto de pastores-que-querem-ser-papas, que fariam bem em observar melhor este papa que quer ser pastor.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

COMO TROLLAR SEU "REDENTOR FINANCEIRO"



Parece não ter fim as distorções de passagens bíblicas promovidas por aqueles que desejam extorquir dinheiro dos fiéis.

Agora é a vez do profeta Elias.

A passagem usada é o episódio narrado em 1Reis 18.8-16, onde Elias vai a Sarepta, durante a seca, e pede que uma viúva lhe dê água e faça um pequeno bolo de farinha e azeite, dividindo assim com ele o pouco alimento que possui (que seria o suficiente para apenas mais uma refeição), sob a promessa de que Deus não permitiria que acabasse a farinha e o azeite em seu lar. A viúva alimentou o profeta e foi abençoada com este grande milagre, que sustentou sua casa por muitos dias.

Com base no milagre narrado nesta passagem, desenvolveram o conceito do "redentor financeiro".

Que é isto?

Basicamente: da mesma forma que a vida daquela viúva foi "para frente" somente depois de dar bens a Elias, a prosperidade chegará para você apenas depois que também encontrar um "Elias" para dar o que você tem!

Nem preciso mencionar que o tal "Elias" será o gênio que estará pregando a você esta aberração teológica.

Mas o objetivo deste post, caro leitor, é orientar você a lidar com seu pretenso "redentor financeiro" e não ser mais uma vítima de uma distorção das Escrituras. 

Basta "trollá-lo" da seguinte maneira:

Quando alguém, de olho em seus bens, se apresentar como seu "Elias" particular, o "redentor financeiro" que trará prosperidade à sua vida, responda-lhe da seguinte maneira:

Já que você se compara a Elias, te darei o mesmo que ele recebeu: UM BOLINHO DE FARINHA E AZEITE. 

domingo, 10 de agosto de 2014

OLHAR PARA O TEMPLO OU OLHAR PARA A CRUZ?


"E Jesus, clamando outra vez com grande voz, rendeu o espírito. E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo"... (Mateus 27.50-51a)


Ao morrer na cruz, o Senhor Jesus completou a obra da redenção (Mc 10.45; Jo 19.30), trazendo consigo uma nova era de salvação para a humanidade.


O raiar desta nova era acarretou a obsolescência da antiga, que agora encontra seu cumprimento na cruz, o que é demonstrado com o rasgar do véu rasgado após a morte vicária de Cristo: o caminho para Deus estava aberto; não através da antiga liturgia da promessa, mas através da esperança cumprida na cruz.

Deus dera um passo adiante em Seu plano redentor na história, convidando a humanidade a acertar o passo com Ele, olhando para a cruz.


Acabava a era do templo; chegava o tempo de olhar para a cruz e descobrir que Deus faria de homens os Seus templos (Jo 14,23; 1Co 6.19).



Acabava a era de evocar a memória de Salomão; chegava o tempo de olhar para a cruz e contemplar Aquele que é maior que Salomão (Mt 12.42).

Acabava a era dos sacerdotes e do sumo-sacerdote; chegava o tempo de olhar para a cruz e descobrir que o Grande Sumo Sacerdote universalizaria o sacerdócio (Hb 4.14; 7.28; 1Pe 2.9).

Acabava a era dos levitas; chegava o tempo de olhar para a cruz e descobrir que todos os fiéis receberiam dons e seriam capacitados para o serviço (Ef 4.7-8).

Acabava a era da antiga liturgia; chegava o tempo de olhar para a cruz e contemplar o sentido e cumprimento dos antigos ritos, junto com a chegada da nova liturgia, em espírito e em verdade (Cl 2.16-17; Jo 4.20-23).

Acabava a era do local geográfico da adoração; chegava o tempo de olhar para a cruz e compreender que o Crucificado estaria entre dois ou três que invocassem Seu nome, em qualquer parte da Terra (Mt 18.20; Jo 4.20-23).

Acabava a era da adoração mediada por homens; chegava o tempo de olhar para a cruz e através dela relacionar-se diretamente com Deus (1Tm 2.5).

Acabava a era da antiga teocracia; chegava o tempo de olhar para a cruz e ver a realização do plano de Deus através de todas as etnias, desvinculado a qualquer estrutura de Estado (Gl 2.28).

Acabava a era dos sacrifícios, chegava o tempo olhar para a cruz e nela ver o verdadeiro sumo-sacerdote, o verdadeiro sacrifício, o verdadeiro Cordeiro e, assim, ter os pecados removidos (Jo 1.29; Hb 7.20-28). 

Acabava a era da Arca da Aliança (que já havia se perdido há muito); chegava o tempo olhar para a cruz e a ver nela a perfeita propiciação, onde Deus Se reconcilia com os homens (1Co 5.18-21; 1Jo 2.1-2).

Acabava a era da atuação restrita do Espírito Santo; chegava o tempo olhar para a cruz e receber o dom ilimitado do Espírito Santo (At 2.38-39; Ef 1.13).

Acabava a era da Antiga Aliança, chegava o tempo de olhar para a cruz e ver a Nova Aliança.

E você, está olhando para a cruz ou olhando para o templo?