segunda-feira, 12 de março de 2018

A IGREJA NÃO PODE VIRAR WAKANDA



Se você ainda não assistiu Pantera Negra, aconselho você retornar a este texto após ver o novo filme da Marvel Studios, sucesso de crítica e público, a fim de evitar possíveis spoilers

T'Challa é um super-herói incomum: antes de ser um guerreiro, é o rei de Wakanda, país africano fictício do universo Marvel, reserva mundial de Vibranium, metal fictício precioso e poderoso, que possibilitou o desenvolvimento tecnológico e social sem par desta nação e que por isso mesmo vive isolada de outras nações, preservando seu estilo de vida em sigilo. 

O Pantera Negra incorpora as funções de estadista, guerreiro e representante das crenças ancestrais de seu povo, o que o faz dele um personagem muito interessante, testemunho da genialidade de seus criadores, Stan Lee e Jack Kirby e de como desde o início da formação de seu universo de super-heróis a Marvel soube trabalhar bem questões sociais e de representatividade.

O filme apresenta a coroação de T'Challa (seu pai, o antigo rei, fora assassinado em Capitão América: Guerra Civil) e o enfrentamento de um antagonista que pretende assumir o trono, Killmonger.

Uma fraqueza comumente apontada  nos filmes da Marvel é a superficialidade de seus vilões. Para boa parte da crítica e do público, Killmonger se torna uma exceção, pois seu argumento para enfrentar o herói é plausível: Wakanda se isolou do restante do mundo em sua riqueza e ignorou o sofrimento histórico da população negra. Wakanda era culpada de omissão e reformas eram necessárias. Infelizmente, Killmonger busca implementar sua visão através de crimes de ódio, o que torna sua reprovável sua conduta. O Pantera Negra vence seu antagonista e implementa uma política de cooperação internacional.

Não posso deixar de fazer uma comparação entre Wakanda e muitas igrejas de nossos dias: possuem a riqueza do Evangelho, mas estão fechadas em si mesmas, alheias a todo sofrimento e necessidade a seu redor. Tal tipo de omissão é imoral, assim como a da fictícia Wakanda.

Não temos vibranium, mas aquilo que temos, somos chamados a dar (At 3.6), diminuindo, em nome de Jesus, a dor de quem nos cerca. 

O Evangelho para sempre!

sexta-feira, 2 de março de 2018

O SALMO FAVORITO DE DAVI



O SALMO 16 É UM MICTÃO: A palavra mikhtam provavelmente significa “dourado”, trazendo a ideia de excelência. Os Salmos 56, 57, 58 59 e 60 também são chamados assim, mas todos são ligados a uma circunstância específica da vida de Davi. Somente o Salmo 16 é chamado simplesmente de “excelentíssimo”.

O SALMO 16 É O RETRATO DOS PROFUNDOS SENTIMENTOS DE DAVI PARA COM DEUS

- DEUS É O REFÚGIO DE DAVI (v.1)“GUARDA-ME, ó Deus, porque em ti confio.”O reconhecimento do salmista de que neste mundo precisaremos de proteção. A fé é o meio de acesso à proteção divina (Sl 91)

- DEUS É O SENHOR DE DAVI (v.2)
“A minha alma disse ao SENHOR: Tu és o meu Senhor; não tenho outro bem além de ti”: Davi entende a maneira correta de se relacionar com Deus (Lc 6.46)

- DEUS É A RIQUEZA DE DAVI (v.3)
“A minha alma disse ao SENHOR: Tu és o meu Senhor; não tenho outro bem além de ti.”Davi reconhecia que somente Deus é um bem de valor absoluto – quem possui Deus possui tudo; diante dEle, todas as outras coisas possuem valor relativo – são como nada. A capacidade de discernir a importância das coisas chama-se juízo de valores (Mt 6.21).

- O POVO DE DEUS É A COMPANHIA DE DAVI (v.3)
“Digo aos santos que estão na terra, e aos ilustres em quem está todo o meu prazer...”Davi possui comunhão com aqueles que possuem comunhão com Deus, valorizando e respeitando o povo de Deus

- DEUS É A SATISFAÇÃO DE DAVI (v.5)
“O SENHOR é a porção da minha herança e do meu cálice; tu sustentas a minha sorte. As linhas caem-me em lugares deliciosos: sim, coube-me uma formosa herança.”Davi se compara a um levita, que não possuía herança fixa, mas dependia totalmente do Senhor. Davi aceita o que vem da mão de Deus (Jó 2.10), demonstrando satisfação. Não se entrega à ansiedade (Mt 6.25-34), nem à ambição (Sl 131) ou murmuração. Age com gratidão.

- DEUS É O MESTRE DE DAVI (v.7)
“Louvarei ao SENHOR que me aconselhou; até os meus rins me ensinam de noite.” Davi reconhece que precisa da orientação do Senhor e louva a Deus por orientá-lo (Mt 11.25-30), acatando no interior a orientação do Senhor (Lc 8.15), sem rebeldia (Sl 32.8-9).

- DEUS É A FORÇA DE DAVI (v.7)
“Tenho posto o SENHOR continuamente diante de mim; por isso que ele está à minha mão direita, nunca vacilarei.”Davi toma uma atitude perante o Senhor e sua firmeza é consequência de sua atitude (Nm 13.31-32; 14.7-9)

- DEUS É A ESPERANÇA DE DAVI (v.5, 9-11)
“O SENHOR é a porção da minha herança e do meu cálice; tu sustentas a minha sorte. (...) Portanto está alegre o meu coração e se regozija a minha glória; também a minha carne repousará segura. Pois não deixarás a minha alma no inferno, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção.  Far-me-ás ver a vereda da vida; na tua presença há fartura de alegrias; à tua mão direita há delícias perpetuamente.”A esperança de Davi se relaciona a esta vida e ao porvir - Davi tem um vislumbre de Cristo, o grande cumpridor de seu Salmo (At 2.25-33 - o futuro reservado para os que crêem: Jo 5.28-29; 1Co 15.20, 51-52; 1Ts 4.16-17). O SALMO 16 É O RETRATO DOS PROFUNDOS SENTIMENTOS DE DAVI PARA COM DEUS E TAMBÉM O RELATO PROFÉTICO DE SUA VISÃO DE CRISTO