quinta-feira, 21 de agosto de 2014

A REGRA NÃO PODE VIRAR EXCEÇÃO



Desde 13 de março de 2013, ao ser eleito papa, Jorge Mario Bergoglio tem surpreendido o mundo com suas atitudes.

A começar pela escolha de seu nome papal, “Francisco”, homenageando o poverello de Assis. Logo em seguida, ao pedir que orem por ele, surpreende com suas maneiras afáveis e gentis. Continua surpreendendo com sua acessibilidade e, principalmente, por seu desapego, expresso nos hábitos simples, na pela pregação a favor de uma vida simples e na punição de religiosos que viviam luxuosamente à custa dos fiéis.  

Realmente, Francisco é uma surpresa para o mundo (mesmo para aqueles que, como eu, não concordam com sua teologia). Uma grata surpresa.

E ao mesmo tempo, lamento que Francisco cause tanta admiração – pois, afinal, ele está simplesmente demonstrando a prática que sua crença exige.

O nível de surpresa que o mundo demonstra diante de Francisco demonstra também algo mais grave: que não é esperado um comportamento gentil e humilde por parte de um líder religioso. Quando ocorre, é de causar admiração.

Isto mostra que a regra se tornou exceção! Triste realidade!

Costumo pensar que herói é aquele que faz o qualquer um deveria ter feito. Neste sentido, a existência de “heróis” se constitui em uma anomalia. E, como dito, triste é o povo que precisa de heróis – porque não assume sua vocação para a virtude.

Precisamos de uma nova safra de religiosos que mostre que gentileza e humildade é regra, não exceção, fazendo com que o mundo pare de se espantar diante destas virtudes – e simplesmente se acostume com elas.


E que esta nova safra venha a surgir também no Brasil, tão repleto de pastores-que-querem-ser-papas, que fariam bem em observar melhor este papa que quer ser pastor.

2 comentários:

  1. Realmente as primeiras ações do Papa Francisco provocam algumas esperanças,quiçá algumas atitudes de lideres religiosos,dentro de um mar de individualismos e incentivos ao sucesso pessoal,aparece um líder com uma visão mais humana e fraternal,preocupada com os mais necessitados,seria um retorno ao Vaticano 2 ,aos passos de Paulo VI , se distanciando da linha neoliberal de João Paulo II e da ortodoxia vazia de Bento Ratzinger ( urgh) o tempo dirá,tomara que sua atitude gere uma regra daqui para frente e que não seja apenas uma exceção.

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  2. Paz do Senhor, Evaldo!

    Minha maior expectativa em relação a Francisco é que ele sirva de modelo para muitos pastores!

    PS: acredito que Bento XVI também foi um papa de tremenda importância como apologista, ao reafirmar que o cristianismo não pode ser refém do relativismo pós-moderno.

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