sábado, 27 de junho de 2009

O QUE DETERMINA SUA VIDA?


Monsieur François Vatel (1671 - 1671) foi o cozinheiro mais famoso de seu tempo. Vivendo na França do século XVII, pôde trabalhar com a nobreza de sua época, alcançando fama e prestígio internacionais.

Certa vez, ao estar empenhado em atender a um grande evento promovido pela realeza, foi informado que os peixes necessários para fazer o prato principal não seriam entregues a tempo. Inconformado com o fracasso do banquete, suicidou-se.

Podemos considerar o ato de Vattel uma extravagância fútil, um "piti" de uma celebridade afetada e cheia de si mesma, mas esta história é mais comum do que se imagina: suicídios por motivos banais acontecem com grande freqüência.

Há fãs que tiram suas vidas quando informados da morte de seus ídolos. Torcedores que não aceitam a derrota de seus times. Gente que não aceita o fim de um relacionamento ou que cede a algum tipo de manipulação religiosa, filosófica ou da moda. E há ainda aqueles que, incapazes de arranhar sua imagem, tiram sua vida por não saber lidar com fracassos.

A questão é que somos incapazes de viver sem aquilo que determina nossas vidas.
Todo ser humano vive em função de alguma coisa - que se torna seu projeto de vida, ou mesmo, seu ídolo. Vive convicto da correção de sua atitude. E, mesmo que alguns neguem, a realidade é que somos sustentados por nossas convicções, e não o contrário.

Mas como suportar o colapso de nossas convicções?
A falibilidade de nosso projeto de vida?
Uma vida orientada pela busca de prestígio e reconhecimento não suportará o cessar dos aplausos.
Considerar o êxito profissional como o centro da existência não sobrevive diante das oscilações da economia.
Considerar outrem a razão do viver é um projeto de alto risco - o que fazer quando esta pessoa não estiver mais presente?
Qualquer maneira de determinar de vida à parte de Deus é loucura, por implicar na construção de um projeto de vida fadado à falência, já que estabelecido sobre uma base falível!
O Antigo Testamento diz:

Assim diz o SENHOR: Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem se glorie o
forte na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas. Mas o que se gloriar
glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o SENHOR, que faço
beneficência, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o
SENHOR.(Jeremias 9.24-25)


No Novo Testamento, Jesus compara estas diferentes maneiras de sentir e determinar e vida como construir uma casa alicerçada na areia ou na rocha (Mateus 7.24-27).
A casa edificada sobre a rocha permanece diante das intempéries que a aneaçam. O mesmo não ocorre com a casa sobre a areia.
E você? O que determina sua vida? Qual seu alicerce na existência? Ele será capaz de te sustentar? Ou ele mesmo apresenta um indício de falibilidade?
Não se iluda! Só Deus não falha!
E todos aqueles que edificaram nEle os alicerces de sua existência não se arrependeram.
A propósito, uma curiosidade: os peixes de Vattel foram entregues no prazo marcado.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

COMO PUDE ME ESQUECER?


Ao escrever o post sobre livros cuja leitura recomendei devido à sua relevância, por um lapso, realizei uma grande omissão: Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley.


Confesso que demorei muitos anos para encarar esta obra, por achar que estaria realizando uma espécie de "dever de casa", por saber que este livro é leitura obrigatória em cursos de Pedagogia e Psicologia. Hoje, livro lido, percebo que perdi tempo ao protelar a leitura.


A ficção de Huxley apresenta um estado totalitário (aparentemente inspirado em uma visão distorcida das idéias de Marx e Freud), sustentado por uma sociedade composta por indivíduos programados desde a tenra idade para apoiarem-no sem questionamentos. Segregação racial e políticas de eugenia são exemplos de práticas apresentadas oficialmente como políticas públicas para a manutenção da ordem social, apoiadas por uma população totalmente acrítica.


Em suma, Admirável Mundo Novo apresenta o totalitarismo e o tecnicismo levado aos seus extremos. Constitui-se em um autêntico livro de terror (apesar de classificado como ficção científica nas bibliotecas), graças ao seu nível de plausibilidade: a História humana dá testemunho que não foram poucos que sonharam (e tentaram!) construir um mundo à altura de seus ideais totalitários e megalomaníacos. Isto torna o Admirável Mundo Novo não uma ficção distante da realidade, mas uma fúnebre possibilidade de destino para a humanidade.Leitura obrigatória!

quarta-feira, 17 de junho de 2009

DEUS É POP - REVISTA ÉPOCA, N.º 578


A reportagem de capa da revista Época desta semana foi dedicada à análise da religiosidade da juventude brasileira.
95% dos jovens do Brasil declaram-se religiosos (referindo-se principalmente aos diversos ramos do cristianismo), ocupando o terceiro lugar em comparação com a juventude de outros países (Nigéria, 1.º lugar; Guatemala, 2.º).

Deu-se destaque principalmente às novas igrejas e liturgias, que propõem maneiras de expressar a fé de forma diferenciada dos moldes tradicionais, mais “antenadas” com o jeito de ser da juventude. Várias imagens de jovens participando de momentos de culto aparecem na reportagem. Todavia, a matéria considera que a atual diversidade de expressão religiosa com o elemento de rebeldia típico da juventude.

Mas, o fato é, conclui a revista, que antigas ideologias atéias e materialistas que “fizeram a cabeça” de outras gerações de jovens perderam (inclusive prevendo o fim da religião) terreno para a fé (já havia me chamado a atenção, porém, que em um dos gráficos da entrevista, o alto número de jovens que sustentaram, ao mesmo tempo, conceitos corretos e bíblicos sobre a fé, como a ação de Deus sobre a vida dos homens e a importância da oração, crêem na reencarnação, uma doutrina antibíblica e incompatível com a mensagem do cristianismo, mostrando que há déficit doutrinário muito grande de boa parte desta geração).

Todavia, a mesma revista Época, porém, afirma que os mesmos jovens brasileiros são os que apresentam a religiosidade mais inconsistente: apenas 35% vivem os preceitos da fé que professam – palavras do próprio jornalista: (“O índice de coerência religiosa é, portanto, dos mais baixos”, página 70).
Algo está errado!

Deus só é aceitável enquanto não exige obediência?

Estaria a juventude tentando criar um Deus à sua imagem e semelhança?
Confundindo a crítica ao sistema religioso com uma religiosidade sem compromisso?
Jesus considera inaceitável ser chamado de "Senhor" e não ser obedecido como tal (Lucas 6.46)!
E isto nada tem a ver com estética ou estilo de liturgia, refere-se à própria vitalidade da fé que rejeita todo tipo de nominalismo (Tiago 1.22, 2.26).
Enquanto não ocorrer qualificação da fé, levando ao compromisso com os princípios desta mesma fé, Deus poderá estar sendo pop, mas faltará muito ainda para que Ele seja sendo, de fato, um sucesso entre aqueles que O professam.

terça-feira, 16 de junho de 2009

VOCÊ CONSEGUE ACREDITAR EM HORÓSCOPO?


Foi na sexta-feira, ao voltar do médico, que vi, nos monitores que dão informes de utilidade pública dentro dos trens do metrô, uma tentativa inusitada de prestar um serviço à população, desta vez através da informação das previsões do horóscopo.


E foi assim, em meio a anúncios de peças de teatro e flashes jornalísticos que vi uma "previsão" que me deixou pasmo.


Não consigo me lembrar a qual signo endereçava-se a mensagem, tal o meu grau de espanto com o teor da mesma. Se não me engano, era para o signo de Libra.


Os astros "diziam" o seguinte para os librianos: que naquele dia haveria trânsito intenso, sendo recomendável que saíssem de casa mais cedo, a fim de não atrasarem-se para seus compromissos.


?


O trânsito de São Paulo é um problema apenas para os librianos?


Por que os demais signos não tiveram acesso à informação privilegiada?


Os problemas e compromissos dos librianos são mais importantes que os do restante da humanidade?


Ou os arianos e taurinos poderiam se preguiçosamente levantar mais tarde da cama por terem a barra limpa para si (Ou seria uma parte do estratagema dos astros para liberar o trânsito para os librianos - manter os restante dos signos do zodíaco debaixo das cobertas)?


E pensar que há pessoas que não saem de casa sem ler o horóscopo da manhã... no caso desta sexta-feira em especial, espero que os librianos não tenham levantado muito tarde, senão pegaram trânsito e perderam a bênção.

Ops, me esqueci: li a previsão no metrô!

Mas... será que a previsão nos jornais, revistas, TV, etc., teriam todas o mesmo teor? Seria o óbvio, caso contrário as estrelas estariam sofrendo de esquizofrenia!

Em outras palavras, eu posso, com a mente aberta, comparar dois horóscopos de Libras de fontes diferentes?

Só uma palavra define isto: absurdo! Parte da fantasia e fracasso religioso do homem, na tentativa de encontrar outro eixo interpretativo para sua vida além de Deus - uma verdade que o bom senso das Escrituras (certamente uma opção melhor que a esquizofrenia dos astros) expõe com muita clareza há milhares de anos:

... tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato. Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos. (Romanos 1.21-22)

Contudo, não quereis vir a mim para terdes vida. (João 5.40)

PS: Em virtude da emenda de feriado, o trânsito de São Paulo estava livre, livre...

sexta-feira, 12 de junho de 2009

NIETZSCHE E O DIA DOS NAMORADOS




O filósofo alemão Friedrich Nietzche (1844-1900) é bastante conhecido no meio cristão como o homem que fez a declaração de que “Deus está morto”.

O que muitos ignoram, porém, é o embasamento que o filósofo deu para justificar sua declaração.

Sua aversão e preconceito pessoal em relação aos valores do cristianismo, o levaram a considerar um bem para a raça humana a sua extinção. Todavia, sua declaração também foi baseada na observação da sociedade à sua volta, que alcançara tal grau de secularização que, para elas, Deus já havia morrido – bastava celebrar Seu funeral.

A sociedade brasileira também vive como se Deus não existisse, tornando as palavras de Nietzsche, ditas no século XIX, são bastante atuais – especialmente no Dia dos Namorados.

À primeira vista parece estranho dizer que a sociedade brasileira alcançou tal grau de secularização. Todavia, o apelo erótico em torno do Dia dos Namorados (e ninguém há que seja tão inocente que desconheça que isto seja uma afronta direta aos ideais de Deus acerca da castidade e dos relacionamentos) claramente demonstra esta verdade.

Nesta época, o destaque de todas as lojas são as lingeries, exacerbando ainda mais a lascívia que permeia nossa cultura. Cheguei a ver na seção infantil de uma loja de departamentos camisetas com os dizeres “melhor namorado do mundo”, promovendo uma erotização precoce nada saudável para as crianças.

É triste que, mesmo os valores cristãos nunca tendo sido levados a sério pela sociedade (mesmo em suas comunidades aparentemente mais fechadas e conservadoras – ou qual você acha que é o tema das tradicionais quadrilhas juninas?), nunca eles foram desprezados com tanto desdém.

O mais triste, porém, é que alguém pode objetar à minha acusação de secularização de nossa sociedade alegando a “devoção” do povo brasileiro, como prova em contrário.

A questão é que o ateísmo prático em nada difere do ateísmo teórico – apenas possui menos reflexão!

Professar que Deus existe e viver como se ele estivesse morto é uma contradição de termos!

O “x” da questão é que Deus, mesmo sendo negado, continua sendo Deus – e Seus valores são necessários para promover a felicidade e o bem-estar do homem. Qualquer pessoa que inverte as prioridades que Deus estabeleceu para sua vida experimentará o fracasso como saldo em sua existência.

Nietzsche acreditava que iria formar “super-homens” com sua filosofia que declarava a emancipação do homem na morte de Deus – e falhou miseravelmente.

E o que nossa sociedade acredita que vai construir? Que tipo de famílias? Que geração? Que futuro?

Que os sobreviventes dos “Dias dos Namorados” (onde o romantismo e a pureza cederam lugar à vulgarização dos preciosos bens que Deus conferiu à espécie humana) o respondam.

(E se você, jovem cristão que está lendo está página, sente-se tentado a alterar seu estilo de vida em função do padrão de vida da sociedade secularizada, não se iluda – somente o Deus que é amor pode orientar a prática do amor. Qualquer pessoa que inverte as prioridades que Deus estabeleceu para sua vida experimentará o fracasso como saldo de sua existência. O verdadeiro amor não é indecente, nem egoísta- 1 aos Coríntios 13.
Como já foi dito, o amor sabe esperar para dar.
A concupiscência não sabe esperar para receber).

domingo, 7 de junho de 2009

LIVROS

Um dos maiores privilégios de minha vida foi, sem dúvida, ter pais que valorizassem a leitura (foram eles quem me alfabetizaram) e experiências de vida que me levassem a gostar de ler. Sou muito grato a Deus por isso.
Em minha adolescência, chegava a percorrer quilômetros simplesmente para chegar a uma biblioteca, e sinto-me ainda hoje capaz de fazer o mesmo.

Sendo assim, gostaria de compartilhar algumas das principais leituras que já fiz durante minha vida, expondo as obras que mais me causaram impacto, seja pela beleza literária, pela relevância dos temas abordados ou pela profundidade das lições transmitidas (exporei apenas obras, não autores: se assim fosse, certamente mencionaria Monteiro Lobato – que não escreveu apenas o Sítio do Pica-Pau Amarelo – e Érico Veríssimo).

Caso você se pergunte o porquê de um blog cristão, predominantemente teológico, dedicar um artigo à literatura secular, respondo que, na qualidade de narrativa dos dramas do gênero humano, os livros apontam, a necessidade universal que todos possuem das boas novas do Evangelho de Jesus Cristo. Além disso, a apreciação de virtudes como companheirismo, solidariedade, coragem e abnegação apresentadas na literatura (e o repúdio dos vícios correpondentes) dão testemunho da relevância universal dos mesmos valores, que são, antes de tudo, expostos na Bíblia Sagrada, servindo também como mais um instrumento de reflexão, sensibilização e construção de saberes acerca destes valores eternos, auxiliando em nosso processo de santificação, que (tomando de empréstimo as palavras de Ed René Kivitz), é sempre um processo de humanização.

O AMOR NOS TEMPOS DO CÓLERA: embora Gabriel Garcia Marquez seja mais conhecido por Cem Anos de Solidão (que, confesso sinceramente, foi o livro mais triste que já li em toda minha vida), O amor nos tempos do cólera explora de forma magistral e profunda a complexidade dos relacionamentos humanos diante da dinâmica da vida – e da morte, representada através da sinistra ameaça de uma epidemia de cólera. PS: Ainda não assisti o filme, por isso não sei se é fiel à obra.



DOM QUIXOTE: se possível, leia a versão integral de Miguel de Cervantes. A grossura do volume realmente assusta (cerca de 500 páginas), mas as adaptações não conseguem dar conta do teor cômico da narrativa. Todavia, mesmo que numa adaptação, leia Dom Quixote. O “Cavaleiro da Triste Figura” nos apresenta um importante desafio: qual a relação entre o idealismo e a loucura?

ÉRAMOS SEIS (Maria José Dupré): A trajetória de uma família, narrada do ponto de vista do elo mais fraco - a mãe.

O PEQUENO PRÍNCIPE (Antoine de Saint-Exupéry): Como já disse em outro post, a viagem de descobertas do Príncipe proporcionou-lhe muitas situações surpreendentes. Nenhuma delas, contudo, tão importante quanto a descoberta de si mesmo e de seus sentimentos.

GOTA D’ÁGUA: A beleza dos versos de Chico Buarque e Paulo Pontes não consegue banalizar a tragédia da mãe que, em desespero, mata seus dois filhos e suicida-se. Todavia, na adaptação da tragédia grega Medéia para o teatro (com o texto escrito todo em versos), ambientando-a no Brasil dos anos 70, o lirismo serve como ferramenta para a crítica social.



AMAR, VERBO INTRANSITIVO: embora transmita muito dos preconceitos do autor (ou a ironia de Mário de Andrade), o romance explora de maneira bastante penetrante a vida interior dos personagens, especialmente no que tange à sua relação com a frustração. É impossível ler a obra e não se compadecer de Fraülein Elza.



VIDAS SECAS: Quer entender o significado real da palavra exclusão? Então, leia esta obra de Graciliano Ramos.



MEU PÉ DE LARANJA LIMA (José Mauro de Vasconcelos): O sensível relato da infância de uma criança – e dos sofrimentos que pertencem este período da vida. Um deles: a incompreensão, que leva à solidão.



MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS (Machado de Assis): Literatura que cai em vestibular pode ser divertida! E interessante! Você verá, após ler o balanço crítico que Brás Cubas faz de sua vida, que o aspecto menos sinistro da história é o fato de ela ser contada por um cadáver.


O MENINO MALUQUINHO (Ziraldo): Quem disse que a literatura infantil não pode conter lirismo e profundidade? Apenas não siga o exemplo do Menino Maluquinho no quesito fidelidade: seja fiel em seus relacionamentos!


segunda-feira, 1 de junho de 2009

NOSSO PROBLEMA COM A PROSPERIDADE


Nosso problema com a prosperidade é conceitual. Não sabemos defini-la.


À luz da Bíblia, o termo está relacionado à idéia de ser bem-sucedido, sendo aplicado em diferentes âmbitos da vida: espiritual, profissional, relacional, financeiro, etc.


Assim, é dito que José prosperou nos vários estágios de sua vida – na escravidão, na prisão e no governo do Egito (Gênesis 39.3, 23; 41.48-49), que Josué prosperaria em sua liderança se fosse obediente à Lei de Deus (Josué1.8), (Gênesis 26.13) o reinado de Salomão (1Crônicas 29.23) é descrito como próspero e o enriquecimento de Isaque também é chamado de prosperidade.


A prosperidade aparece como um sinônimo de sucesso, quase se aproximando do conceito de bem-aventurado. É mencionada quase sempre como conseqüência da obediência a Deus, que traduz-se em escolhas acertadas que tornam a vida bem-sucedida (sendo assim, o estilo de vida de uma pessoa milita a favor ou contra sua prosperidade: a falta de planejamento financeiro, a negligência com os estudos e o mau uso do dinheiro – com vícios, por exemplo – são exemplos de atitudes que impedem qualquer projeto de prosperidade).

Nosso problema começa com a adoção de uma visão reducionista deste termo. Prosperidade é um conceito amplo. Porém, compreendemos prosperidade exclusivamente em termos financeiros. Logo, de forma automática, o capital torna-se o critério último para avaliar o êxito no viver. O ter assume preponderância sobre o ser. Este tipo de reducionismo é inaceitável à luz da hierarquia de valores que a Bíblia apresenta, na qual Deus se encontra no topo. Nem todo tipo de sucesso é legítimo (Dn 8.12). Conforme a expressão de Jesus, possuir tudo e viver em desarmonia com Deus consiste em fracasso (Mc 8.36. Lc 12.13-21). Sendo assim, é possível que mesmo pessoas financeiramente falidas possuam a prosperidade em suas vidas, devido à presença de Deus em suas vidas e pelo progresso de Sua obra nelas.

O período mais próspero da Igreja foi quando ela menos teve (Atos 2.44-45)!

Deus é o critério último da prosperidade, Ele é o elemento indispensável para tornar a existência humana bem-sucedida.

Além disto, nosso problema se agrava (agora considerando o aspecto material da prosperidade) é que confundimos prosperidade com riqueza.

Só o fato de você estar tendo acesso a este blog prova que você é mais rico que boa parte da população do planeta!

Nós, cidadãos brasileiros do século XXI somos mais ricos em vida que o próprio Jesus!

Livros como “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos e filmes como “Diamante de Sangue” são bons meios para adquirirmos noção do que seja vida dura e sofrida e repensarmos nossas queixas e murmurações.

À luz de Eclesiastes 3.13 (“...é dom de Deus que possa o homem comer, beber e desfrutar o bem de todo o seu trabalho...”) um trabalhador que ganha salário mínimo e o administra com integridade é um homem próspero!

E, finalmente, nosso problema com a prosperidade reside em não compreender que o Deus que conhece nossas necessidades e nos convida a abrir mão da ansiedade em torno da vida não o faz com base na promessa que nos tornar milionários, mas na certeza que confere acerca de Seu poder e sábio cuidado Mateus (6.25-34). Por não compreendermos isto, criamos falsas expectativas em torno do caráter de Deus e de suas promessas, de sorte que nosso problema em relação à prosperidade afeta a maneira como nos desenvolvemos na fé e nosso grau de satisfação com Deus.

A prosperidade não é o problema. O problema está em nossa falta de consistência bíblica e em nossa cobiça (1 Timóteo 6.9-10).