terça-feira, 8 de maio de 2018

CONSELHOS A JOVENS PREGADORES


  1. Seu ministério deve ser consequência de sua vida com Deus. Sendo assim, não inverta a ordem dos fatores, nem as prioridades.
  2. Não se esqueça  que, antes de mais nada, você é crente: você deve glorificar ao Senhor no púlpito e fora dele.
  3. Ser pregador é mais do que ser uma máquina de fabricar sermões. Busque seu desenvolvimento integral (afetivo, social, cultural); viva e cresça como pessoa e como servo de Deus.
  4. Não permita que sua família fique à parte de seu ministério e nem permita que o ministério destrua sua família.
  5. Busque independência financeira e estabilidade profissional, para que o exercício de seu ministério não seja motivado por dinheiro ou mesmo pela subsistência.
  6. Entenda que o poder de seu sermão reside na biblicidade do mesmo. A unção de Deus não opera à parte da Palavra de Deus
  7. Não se preocupe em impressionar ou mesmo agradar, se preocupe em ser fiel (mesmo que você te convidem a retornar).
  8. Dependa de Deus e faça seu melhor.
  9. Como pregador, você tem duas ferramentas de trabalho: a Palavra e a palavra. Seja bom teólogo e bom comunicador.
  10. Que sua agenda esteja comprometida com a agenda de Deus.
  11. Você faz a obra, mas não está no controle da mesma. Trabalhe e deixe Deus cuidar dos resultados (obs: e alguns deles permanecerão desconhecidos a você).
  12. Mantenha sempre o enfoque evangelístico em suas ministrações.
  13. Que seu estilo homilético reflita, acima de tudo, autenticidade.
  14. No púlpito, adote o lema de João Batista: que Ele cresça e eu diminua.
  15. Não prostitua seu ministério.
  16. Evite os extremos do academicismo e do fanatismo. A genuína erudição anda junta com o fervor correspondente.
  17. Nem sempre você receberá aceitação, gratidão ou honras. Não seja iludido. Contudo, continue pregando, quer os homens te conferiram tais coisas ou não.
  18. A verdade liberta. Logo, entenda-se e aja como agente de emancipação e transformação do ser humano, e não de sua alienação.
  19. Tenha fé diante de seus fracassos e seja paciente (não conivente!) consigo mesmo. Você está em formação continuada. Fracassos não são superados com desistência, mas com perseverança.
  20. Não se canse de amar a Deus e às pessoas.

segunda-feira, 12 de março de 2018

A IGREJA NÃO PODE VIRAR WAKANDA



Se você ainda não assistiu Pantera Negra, aconselho você retornar a este texto após ver o novo filme da Marvel Studios, sucesso de crítica e público, a fim de evitar possíveis spoilers

T'Challa é um super-herói incomum: antes de ser um guerreiro, é o rei de Wakanda, país africano fictício do universo Marvel, reserva mundial de Vibranium, metal fictício precioso e poderoso, que possibilitou o desenvolvimento tecnológico e social sem par desta nação e que por isso mesmo vive isolada de outras nações, preservando seu estilo de vida em sigilo. 

O Pantera Negra incorpora as funções de estadista, guerreiro e representante das crenças ancestrais de seu povo, o que o faz dele um personagem muito interessante, testemunho da genialidade de seus criadores, Stan Lee e Jack Kirby e de como desde o início da formação de seu universo de super-heróis a Marvel soube trabalhar bem questões sociais e de representatividade.

O filme apresenta a coroação de T'Challa (seu pai, o antigo rei, fora assassinado em Capitão América: Guerra Civil) e o enfrentamento de um antagonista que pretende assumir o trono, Killmonger.

Uma fraqueza comumente apontada  nos filmes da Marvel é a superficialidade de seus vilões. Para boa parte da crítica e do público, Killmonger se torna uma exceção, pois seu argumento para enfrentar o herói é plausível: Wakanda se isolou do restante do mundo em sua riqueza e ignorou o sofrimento histórico da população negra. Wakanda era culpada de omissão e reformas eram necessárias. Infelizmente, Killmonger busca implementar sua visão através de crimes de ódio, o que torna sua reprovável sua conduta. O Pantera Negra vence seu antagonista e implementa uma política de cooperação internacional.

Não posso deixar de fazer uma comparação entre Wakanda e muitas igrejas de nossos dias: possuem a riqueza do Evangelho, mas estão fechadas em si mesmas, alheias a todo sofrimento e necessidade a seu redor. Tal tipo de omissão é imoral, assim como a da fictícia Wakanda.

Não temos vibranium, mas aquilo que temos, somos chamados a dar (At 3.6), diminuindo, em nome de Jesus, a dor de quem nos cerca. 

O Evangelho para sempre!

sexta-feira, 2 de março de 2018

O SALMO FAVORITO DE DAVI



O SALMO 16 É UM MICTÃO: A palavra mikhtam provavelmente significa “dourado”, trazendo a ideia de excelência. Os Salmos 56, 57, 58 59 e 60 também são chamados assim, mas todos são ligados a uma circunstância específica da vida de Davi. Somente o Salmo 16 é chamado simplesmente de “excelentíssimo”.

O SALMO 16 É O RETRATO DOS PROFUNDOS SENTIMENTOS DE DAVI PARA COM DEUS

- DEUS É O REFÚGIO DE DAVI (v.1)“GUARDA-ME, ó Deus, porque em ti confio.”O reconhecimento do salmista de que neste mundo precisaremos de proteção. A fé é o meio de acesso à proteção divina (Sl 91)

- DEUS É O SENHOR DE DAVI (v.2)
“A minha alma disse ao SENHOR: Tu és o meu Senhor; não tenho outro bem além de ti”: Davi entende a maneira correta de se relacionar com Deus (Lc 6.46)

- DEUS É A RIQUEZA DE DAVI (v.3)
“A minha alma disse ao SENHOR: Tu és o meu Senhor; não tenho outro bem além de ti.”Davi reconhecia que somente Deus é um bem de valor absoluto – quem possui Deus possui tudo; diante dEle, todas as outras coisas possuem valor relativo – são como nada. A capacidade de discernir a importância das coisas chama-se juízo de valores (Mt 6.21).

- O POVO DE DEUS É A COMPANHIA DE DAVI (v.3)
“Digo aos santos que estão na terra, e aos ilustres em quem está todo o meu prazer...”Davi possui comunhão com aqueles que possuem comunhão com Deus, valorizando e respeitando o povo de Deus

- DEUS É A SATISFAÇÃO DE DAVI (v.5)
“O SENHOR é a porção da minha herança e do meu cálice; tu sustentas a minha sorte. As linhas caem-me em lugares deliciosos: sim, coube-me uma formosa herança.”Davi se compara a um levita, que não possuía herança fixa, mas dependia totalmente do Senhor. Davi aceita o que vem da mão de Deus (Jó 2.10), demonstrando satisfação. Não se entrega à ansiedade (Mt 6.25-34), nem à ambição (Sl 131) ou murmuração. Age com gratidão.

- DEUS É O MESTRE DE DAVI (v.7)
“Louvarei ao SENHOR que me aconselhou; até os meus rins me ensinam de noite.” Davi reconhece que precisa da orientação do Senhor e louva a Deus por orientá-lo (Mt 11.25-30), acatando no interior a orientação do Senhor (Lc 8.15), sem rebeldia (Sl 32.8-9).

- DEUS É A FORÇA DE DAVI (v.7)
“Tenho posto o SENHOR continuamente diante de mim; por isso que ele está à minha mão direita, nunca vacilarei.”Davi toma uma atitude perante o Senhor e sua firmeza é consequência de sua atitude (Nm 13.31-32; 14.7-9)

- DEUS É A ESPERANÇA DE DAVI (v.5, 9-11)
“O SENHOR é a porção da minha herança e do meu cálice; tu sustentas a minha sorte. (...) Portanto está alegre o meu coração e se regozija a minha glória; também a minha carne repousará segura. Pois não deixarás a minha alma no inferno, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção.  Far-me-ás ver a vereda da vida; na tua presença há fartura de alegrias; à tua mão direita há delícias perpetuamente.”A esperança de Davi se relaciona a esta vida e ao porvir - Davi tem um vislumbre de Cristo, o grande cumpridor de seu Salmo (At 2.25-33 - o futuro reservado para os que crêem: Jo 5.28-29; 1Co 15.20, 51-52; 1Ts 4.16-17). O SALMO 16 É O RETRATO DOS PROFUNDOS SENTIMENTOS DE DAVI PARA COM DEUS E TAMBÉM O RELATO PROFÉTICO DE SUA VISÃO DE CRISTO

sábado, 3 de fevereiro de 2018

ORTODOXIA NO MUSEU OU NO PÚLPITO?



Queermuseu foi um dos acontecimentos mais polêmicos do ano de 2017.

A exposição, apresentada no Santander Cultural, em Porto Alegre, tinha como proposta representar artisticamente a diversidade sexual (daí o uso de queer, "estranho" em inglês, um termo outrora usado pejorativamente para referir-se à sexualidade desviante e agora apropriado de forma positiva e auto-afirmativa pela comunidade LGBT). A opinião pública, porém, reagiu com indignação ao conteúdo pornográfico e blasfemo apresentado, além de repudiar a incitação à pedofilia e zoofilia contida nas obras, que foram contempladas por várias crianças.

É dever das autoridades verificar quaisquer violações à lei que tenham sido cometidas, (especialmente as que dizem respeito à inadequação de faixa etária do evento), ao mesmo tempo em que é preservado o direito à liberdade de expressão. Lamento o aspecto blasfemo da exposição como indivíduo de fé, mas não espero (nem desejo) a ação de um tribunal teocrático estatal.  
 
Há que se lembrar, no entanto, que vivemos em uma sociedade secularizada, relativista e hedonista. Isto é um sinal escatológico (Mt 24.12-13; 2Tm 3.11-5). Não causa espanto que uma exposição de arte seja influenciada por tais valores. Aliás, é de se esperar, visto que um museu não tem compromisso nenhum em representar a ortodoxia cristã.

Logo, é direito dos indivíduos sentirem-se ofendidos e expressarem seu descontentamento com a exposição (inclusive através de boicote à instituição, se assim entenderem que agiriam como mantenedores da exposição), mas não há cabimento em cobrar ortodoxia de uma instituição secular.

Os valores da fé devem ter representatividade na comunidade da fé.

Mais coerente que cobrar ortodoxia do museu é cobrar ortodoxia do púlpito. 

Mas, pelo jeito, a julgar por grande parte dos púlpitos brasileiros, muita gente exige ortodoxia do museu enquanto engole heterodoxia do púlpito...