quarta-feira, 27 de julho de 2011

MINHA HOMENAGEM A JOHN STOTT

Faleceu hoje, aos 90 anos um dos maiores teólogos cristãos em atividade: o anglicano John Stott.

Conheci suas obras no início da década, quando cursava o seminário.

A cruz de Cristo, Crer também é pensar, os comentários bíblicos, Ouça o Espírito, ouça o mundo... são muitas obras valiosíssimas que ele deixa como legado - isto sem mencionar sua participação no Pacto de Lausanne, em 1974.

Como posso descrever sua influência e relevância?

O farei de duas formas:

1. Stott é um autor que sabe, como poucos (à semelhança de Russel Shedd no Brasil), combinar a erudição e a piedade em seus escritos, de forma que consegue tratar de temas teológicos profundos com rigor acadêmico e devocional, proporcionando uma leitura instigante e desafiadora.

2. Meu testemunho pessoal: 

depois da Bíblia, "O Perfil do Pregador" foi o livro que mais me marcou. Ainda tremo diante da solene análise que Stott faz da figura e do dever do pregador! Sem dúvida, esta leitura ampliou meu entendimento e reverência quanto ao ministério da pregação. Os frutos de meu ministério estão diretamente ligados ao ministério de John Stott.

De forma que minha homenagem a John Stott ficará registrada na forma de um clamor:

Ministros do Evangelho, leiam John Stott!

Teólogos do Brasil, leiam John Stott!

Jovens pregadores, leiam John Stott!

Pois como afirma a Palavra de Deus: "Quem anda com os sábios será sábio, mas quem anda com os tolos acabará mal." (Provérbios 13.20 - Nova Tradução na Linguagem de Hoje).
______
PS: Quero fazer também manifesto meu agradecimento aos ,eus professores do Seminário Teológico Batista do Sudeste do Brasil (em especial, o Pr. Sérgio Wesley), que me apresentaram este grande homem de Deus, através de seus livros.

terça-feira, 26 de julho de 2011

SÉRIE SABERES ESSENCIAIS À VIDA (III): INVESTIR EM AUTONOMIA

Falar em autonomia significa falar na capacidade de se auto-legislar ou se auto-posicionar diante da vida.

O termo não implica em isolacionismo, desrespeito ou desprezo – nem por Deus, nem pelos homens.

Antes, autonomia significa desenvolver a capacidade de agir por si só – mesmo que os outros não ajam.

Autonomia acaba se tornando, então, auto-mobilia – mover-se em direção a um alvo correto sem esperar pelo impulso de outrem.

Constance Kamii aborda o tema em um documentário (recomendadíssimo), analisando dois importantes âmbitos da autonomia: intelectual (manter-se firme naquilo que se sabe ser verdadeiro) e moral (manter-se firme naquilo que se sabe ser correto).

Autonomia significa não esperar pelos outros para fazer a coisa certa.

Autonomia significa não arranjar desculpas para os próprios erros.

Autonomia significa descobrir uma limitação e investir esforços para lidar com ela.

Autonomia significa não se acomodar às condições desfavoráveis, mas transformá-las.

Autonomia significa não seguir a multidão, nem ser massa de manobra.

Autonomia significa estar disposto a ir à luta.

Autonomia significa pensar ao invés de ser pensado.

Por que é importante desenvolver a autonomia?

Porque isto significa dar passos maiores para o usufruto da liberdade – e, no que se refere àqueles que seguem a Jesus, significa o desenvolvimento de maior iniciativa quanto à comunhão, ao serviço, o desenvolvimento do senso crítico e à tomada de atitudes corretas, no contemplar apenas da pessoa de Cristo e da responsabilidade pessoal diante dEle.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

ESBOÇO: 3 PROPÓSITOS DE DEUS PARA NOSSAS VIDAS (SERMÃO TEMÁTICO)

TEXTO: Atos 13.36 (NVI) "Tendo pois, Davi, servido ao propósito de Deus em sua geração, adormeceu, foi sepultado com os seus antepassados e seu corpo se decompôs".

FRASE DE TRANSIÇÃO: COMO DEUS REALIZA SEUS PROPÓSITOS? 
R= POR NÓS, EM NÓS E ATRAVÉS DE NÓS

PROPÓSITOS DE DEUS POR NÓS (o que Deus nos ):
Salvação: a vida eterna como herança
Provisão: o acréscimo das “demais coisas”
Satisfação: felicidade e sentido existencial

PROPÓSITOS DE DEUS EM NÓS (o que Deus nos torna):
Surgimento: geração de virtudes cristãs
Crescimento: amadurecimento das virtudes cristãs
Discernimento: cosmovisão cristã
Fortalecimento: apropriação do poder cristão

PROPÓSITOS DE DEUS ATRAVÉS DE NÓS (como Deus nos usa):
Atrair: com boas obras
Intervir: com disposição para o serviço
Acudir: com o oferecimento do amor

TESE: A compreensão da holisticidade do propósito de Deus nos deve levar a um compromisso com a completude.

CONCLUSÃO (ILUSTRAÇÃO): o funeral do missionário David Livingstone, celebrado como herói nacional, lamentado pelo beberrão da cidade, amigo de infância do missionário, mas que não vivera os propósitos de Deus.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

A PASSAGEM MAIS DIFÍCIL DA BÍBLIA



"E, descendo ele do monte, seguiu-o uma grande multidão. E, eis que veio um leproso, e o adorou, dizendo: Senhor, se quiseres, podes tornar-me limpo. E Jesus, estendendo a mão, tocou-o, dizendo: Quero; sê limpo. E logo ficou purificado da lepra" (Mateus 8.1-3).

 
Considero este um dos mais difíceis e enigmáticos textos da Bíblia.

Por quê?

Em ouras palavras, eis o que diz o texto:

LEPROSO: "Para que eu seja curado, basta o Senhor querer".

JESUS: "Ok, eu quero".

E o milagre aconteceu.

Simples assim – e complicado assim.

Considero este um dos mais difíceis textos da Bíblia porque é um exemplo claríssimo de sintonia da vontade humana com a vontade divina.

Acontece que nem sempre temos evidência de que a vontade divina está de acordo com a nossa.

Sabemos que basta o Senhor querer para que aconteça – se não aconteceu, é porque Ele não quis.

Mas a situação se torna angustiosa quando parece que nossa vontade é muito razoável, não havendo razões óbvias para a vontade divina não aceder a ela.

Afinal, que desejo mais natural a um leproso do que ser curado?

E como soa natural a resposta de Jesus “Quero, sê limpo”!

Por que nem sempre é tão simples assim?

Aqui caímos no terreno da oração não respondida.


(Quando digo "oração não-respondida", refiro-me à oração não-respondida de acordo com a intenção original de quem ora: "não-respondido" não significa "ignorado").

Mas o próprio Jesus soluciona este mistério ao ser também, de forma paradoxal, um paradigma da oração não respondida.

"Então, chegou Jesus com eles a um lugar chamado Getsêmani e disse a seus discípulos: Assentai-vos aqui, enquanto vou além orar. E, levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se muito. Então, lhes disse: A minha alma está cheia de tristeza até à morte; ficai aqui e vigiai comigo. E, indo um pouco adiante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai, se é possível, passa de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres". (Mateus 26.36-39)

Todos sabemos que o cálice não foi afastado de Cristo.

Mas Ele aceitou não priorizar Sua vontade, acatando a do Pai Celeste – e assim Ele nos instrui não somente acerca da oração respondida (em Mateus 8), mas também da oração não-respondida (em Mateus 26).
Se Deus não quer o mesmo que nós, é porque o que nós queremos não é tão bom quanto o que Ele quer!

Mesmo que às vezes não nos pareça razoável – mas a fé que nos leva a considerar o caráter de Deus em Seu perfeito amor e sabedoria, nos convence a abrir mão de nossa “razão” e confiar em Sua vontade.

A salvação da humanidade estava implícita no “não” de Deus a Cristo. O que não poderá estar implícito no “não” que Ele dirige a nós?

Continue confiando!