quinta-feira, 7 de outubro de 2010

O QUE PODEMOS APRENDER SOBRE TEOLOGIA COMENDO CACHORRO QUENTE?

Inicio este artigo com grande constrangimento, pois não gosto de falar de minha vida devocional – mas isto é inevitável para abordar o assunto.

Já faz algum tempo que tive este insight. Foi quando estava prestes a degustar um cachorro-quente. Ao dar graças pelo lanche (meu favorito, por sinal), percebi que não era muito coerente agradecer a Deus pelo cachorro-quente.

Calma, deixe-me explicar.

Sei que, ao dar graças no horário das refeições, estamos louvando a Deus por Seu cuidado protetor – o que se aplica perfeitamente ao cachorro-quente, já que o Senhor é que provê nosso sustento.

Quando agradecemos a Deus pelo alimento também O louvamos por Seu poder criadore é neste aspecto que o cachorro-quente não se enquadra, simplesmente porque não foi Deus que o criou.

Um cachorro-quente não é natureza (criação direta de Deus), é cultura (criação humana a partir do trabalho sobre a natureza).

Dar graças por um cachorro quente não é louvar a Deus diretamente como criador, mas louvar a expressão de Sua graça na humanidade – ou seja, celebramos o ato de Deus ter concedido ao ser humano o privilégio de portar Sua imagem e semelhança, tornando-o um ser capaz de criar e produzir.

Seja um cachorro-quente, uma pizza, uma bolacha com manteiga ou um simples pão, estamos usufruindo de um bem cultural (e a mesma analogia se aplica às edificações, aos móveis, aos utensílios eletrônicos, às artes, etc.) e, ao usufruirmos dos mesmos com ações de graças, celebramos o fato de que Deus ainda se faz presente entre os homens e Se expressa através deles.

É óbvio que nem toda a cultura produzida pelo homem é positiva, pelo simples fato de que ela espelha não só a graça de Deus, mas a pecaminosidade humana. Por esta razão a cultura (tudo o que o homem faz) sempre deve estar sob crítica.

Mas também não podemos ir para o extremo oposto, pois todas as vezes que os bens culturais humanos dignificam a vida, usufruí-los significa celebrar o cumprimento das intenções originais de Deus para o homem mesmo neste mundo caído; pois o Criador, que tudo fez “bom”, ansiou que a tudo aquilo que saísse das mãos do homem assim também fosse.

E assim, podemos ansiar com expectativa alegre a redenção final do gênero humano, que remirá o potencial criativo humano. Neste dia, toda a cultura humana será boa e dispensará críticas.

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