domingo, 11 de julho de 2010

UMA ANEDOTA, TRÊS PATIFES E UM CONCEITO MELHOR SOBRE DEUS



Três religiosos tinham diante de si uma quantia de dinheiro que havia sido doada pelos fiéis à instituição à qual pertenciam. Todos estavam ávidos por tomar o dinheiro para si. O mais ousado disse: "Vamos dividir a quantia em partes iguais para nós três". O mais pudico replicou: "Mas é dinheiro de Deus"! Foi então que o terceiro fechou a questão: "Vamos atirar o dinheiro para cima e dividir entre nós as notas que Deus não pegar para Ele".

Esta breve anedota confirma isto o fato de que nossas vidas sempre ficam na medida de nosso conceito sobre Deus. Os três religiosos da anedota demonstram que as más ações de um indivíduo são a consequência imediata de suas concepções sobre Deus: neste caso, a idéia de um Deus não intervém.

É óbvio que Deus não estenderia o braço para apanhar nenhuma cédula – o que motivou os espertalhões a justificarem o desvio do donativo.

Os homens agem mal por crerem em um Deus apático.

Para alguns, o exemplo da anedota demonstra que Deus é digno de censura, e não os três espertalhões – afinal, se Ele punisse de imediato tais crimes como este, a maldade do gênero humano seria refreada. O mundo seria melhor se Deus fulminasse imediatamente tiranos, assassinos, pedófilos, políticos corruptos, serial killers e canalhas em geral. Para tais pessoas, os métodos de Deus o tornam promotor da impunidade.

Veja quanta confusão causada pelos conceitos que as pessoas atribuem a Deus ou pensam em atribuir a Ele!

Que dilema!

Porém Deus transcende facilmente este dilema, mostrando-o falso.

A Bíblia deixa clara a ira de Deus contra o pecado, e garante que este não ficará impune – uma severa advertência àqueles que desdenham da idéia de uma prestação de contas perante o Criador. Mas ao mesmo tempo, o amor de Deus submete seu juízo ao tempo, a fim de conceder oportunidade de arrependimento aos homens – logo, aqueles que exigem um Deus mais funcional e imediatista deveriam lembrar-se de que se Deus assim agisse, eles também estariam excluídos de Sua presença, já que, segundo os padrões de justiça de Deus, todos somos pecadores dignos de sua ira.

Nem apático, nem imediatista: a Bíblia apresenta Deus como misericordioso.

E, sendo desta forma, realmente Deus não agirá de imediato para refrear a maldade dos homens, a fim de lhes conceder oportunidade de arrependimento, ao mesmo tempo em que garante que, no final, sua justiça não deixará impunes os impenitentes.

E sabem de uma coisa? Este é o único Deus que eu quero.

2 comentários:

  1. Achei muito interessante sua colocação, Vitor, é muito realista sobre a visão dos não-cristãos e de grande quantidade de cristãos. Se Deus fulminasse imediatamente todos aqueles que pecam não sobraria muita gente por aqui...rs afinal, se não me engano, há um versículo que diz que é melhor perder um braço do que pecar em pensamento, não é isso mesmo?
    As pessoas, independente de credo, não vigiam pensamentos, palavras e especialmente atitudes. Porque entrego sopa na madrugada posso ouvir a fofoca da colega de trabalho, porque sou responsável pela EBD da Igreja que frequento posso gritar com meus subalternos no trabalho ou concordar com o desvio de verba que presenciei porque não fui eu quem fiz, Deus vai entender... Ou pior ainda, minto em prol de benefícios próprios, mas Deus entende meus motivos...
    Deus deve estar um tanto decepcionado com Sua criação. Deve nos olhar e pensar como nós, professores, ao final de um longo ano em que atingimos poucas metas com nossos alunos e pensamos "Mas fiz tanto! Noites insones, orientações, projetos... e tão poucos avançaram!" Mas recomeçamos no ano seguinte, sem nem mesmo saber bem o porquê, e fazemos tudo de novo...Talvez sejamos mais imagem e semelhança de Deus do que imaginávamos...
    Mas Ele sabe que essa criação já está destruindo-se por si mesma...Não deve estar feliz, mas está respeitando a escolha que fizemos.
    Você é um bom homem, Vitor. Espero que Deus reconheça em breve seu amor por ele. Porque sei que você O ama por amar, sem esperar nada em troca. O caso perdido aqui sou eu...rs
    Um abraço!

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    1. Patrícia:

      Obrigado por sua participação!

      Vejo que você conseguiu compreender a ideia principal deste artigo, ao mostrar que todos seres humanos são iguais em sua dependência da misericórdia de Deus.

      "Deus deve estar um tanto decepcionado com Sua criação" - mais que isto, Ele está irado contra a mesma. Sem esta compreensão, não é possível compreender o Evangelho, pois a mensagem da cruz significa justamente que na cruz Jesus já sofreu de forma substitutiva a punição da ira de Deus por todo aquele que nEle crê para o perdão de pecados.

      "Mas Ele sabe que essa criação já está destruindo-se por si mesma...Não deve estar feliz, mas está respeitando a escolha que fizemos." - até um certo momento. Deus intervirá, trazendo o Juízo Final, encerrando o tempo da misericórdia - que sempre é um tempo de oportunidades.

      É por isso que, até lá, pregamos o Evangelho a todas as pessoas.

      E você não é um caso perdido, viu, amiga?

      Um abraço!

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