segunda-feira, 29 de agosto de 2011

SÉRIE: LIÇÕES PRECIOSAS QUE PODEMOS APRENDER... COM QUEM JAMAIS ESPERARIAMOS! (II)

BENTO XVI

O mundo reagiu com apreensão à escolha do sucessor de João Paulo II em 2005.

A escolha de Joseph Ratzinger, cuja intransigência doutrinária lhe valeu o apelido de “Rotweiller de Deus”, significaria o exercício de um pontificado não só desprovido do carisma de seu antecessor (não á toa chamado de “papa pop”), mas que também retardaria (ou boicotaria) os movimentos de reforma e modernização do catolicismo.

A capa publicada por Veja à época expressa bem este sentimento de apreensão:

Não elogio Ratzinger por concordar com suas doutrinas ou com suas crenças.

Meu elogio se deve à postura do atual papa.

Hoje, passados seis anos, ele ainda é conhecido por ser um religioso linha-dura, incapaz de negociar suas crenças e alterar seu discurso – mesmo à custa de popularidade.

A recusa de dobrar-se diante das conveniências torna Bento XVI em um exemplo de firmeza de princípios.

Ou seja, para preservar suas convicções, Bento XVI não tem medo de encarnar o papel de “anti-pop”!

Digo com pesar que nosso Brasil evangélico, de tanta fluidez doutrinária e moral, com tanta concessão ao apelo da mídia e das conveniências precisa urgentemente do exemplo deste homem, heterodoxo em sua doutrina, mas ortodoxo em sua firmeza de princípios.

2 comentários:

  1. Concordo com vc, especialmente porque hj em dia temos mais evangélicos do que há algum tempo atrás, mas eu mesma não consigo frequentar uma igreja com o que vejo de exemplos de seus fiéis. Poupe-me de dizer que devemos "olhar somente para Deus" etc, etc, mas é muito complicado, já que é muito comum ser evangélico para fazer tudo o que é "do mundo" e só lembrar de seus princípios no domingo pela manhã...Fé Fast- food : passa pelo drive-thru e esquece de se alimentar pelo resto da semana. será que estou errada? Admiro Bento XVI, porque crê de verdade, sem medo das consequências vindouras...

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  2. Que honra ter você por aqui em meu blog, Patrícia!

    Quanto ao que você escreveu, eu gostaria de ponderar o seguinte (sem jamais descartar a justeza de sua indignação, apenas convidando-a a refletir em outros aspectos da questão):

    1. Os princípios de uma instituição são maiores do que as atitudes dos indivíduos; ou seja, a falta de coerência dos membros de uma instituição não desabona a nobreza e correção de seus princípios - neste sentido, as más atitudes de alguns evangélicos depõem contra ELES - jamais contra o Evangelho.
    Nesta mesma linha de raciocínio posso explicar porque não pertenço ao catolicismo: porque mesmo admirando a postura individual de Bento XVI, não concordo com os PRÍNCIPIOS da instituição a que ele pertence.

    2. A Igreja não é uma comunidade de pessoas perfeitas - o que seria uma enorme contradição, pois ser membro da Igreja é afirmar a própria condição de pecador! A Igreja é uma casa de pessoas humilhadas (o ato de fé é um ato de humilhação, no reconhecvimento da incapacidade própria e da necessidade de um Salvador), que reconhecem a necessidade da graça de Deus e de Seu poder para viver uma vida digna.

    Agora é óbvio que o reconhecimento que o Evangelho faz da pecaminosidade humana não é um convite para a LICENCIOSIDADE - pois o Evangelho produz frutos na vida de quem crê - e É PRECISAMENTE NESTE ASPECTO que podemos perceber a diferença entre um cristão verdadeiro e um falso: não em sua imunidade às falhas, mas em COMO ELE LIDA com elas: com indiferença ou com arrependimento sincero e compromisso com Deus (aquilo que os teólogos medievais chamavam de RETO INTENTO)?

    E, 3. Sei que é chocante e entristecedor ver tanta coisa errada no meio cristão, mas ainda tem muita gente boa de Deus na Terra, pessoas que, como diz paulo, são "ornamentos da doutrina de Deus" (Tito 2.10) - pessoas com quem vale a pena conviver e aprender, pessoas que tornam o mundo melhor e que enchem de alegria o coração do Pai.

    Um abração, amiga!

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