quarta-feira, 10 de agosto de 2011

MEU PROBLEMA COM AS RÁDIOS EVANGÉLICAS

Domingo, 07 de agosto, por volta das 17:00h.

Venho fazendo com o carro um trajeto curto, de não mais que 15 minutos, da igreja até minha casa.

Ligo o rádio, sintonizo em uma estação evangélica.

Entre gritos, frases de efeito e línguas estranhas, escuto um pregador vociferar para que as pessoas ofertassem e dizimassem.

Mudo a estação.

Na outra, uma senhora solicita ao pastor que faça uma “oração forte” por ela.

Desligo o rádio. Como disse, o trajeto era de cerca de 15 minutos e não agüentaria esta tortura por tanto tempo.

Mesmo dia, trajeto para o culto noturno.

Ligo o rádio e as primeiras palavras que escuto são “Banco Bradesco”.

Desligo o rádio antes de sair da garagem de casa e vou em silêncio para a Igreja e menciono em meu sermão meu desgosto com o teor da programação das rádios evangélicas.

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Preocupo-me com a imagem que as emissoras evangélicas têm promovido do Evangelho junto ao público, com sua programação recheada de Williams Colgates, crendices e incentivo à superstição e personalismo.

(Ou que imagem formada do Evangelho você acha que tinha a senhora que buscava uma “oração forte” do pastor?)

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Segunda-feira, por volta das 7:40 da manhã.

Por teimosia, novamente ligo o rádio do carro. E sou bombardeado com o número de uma conta corrente.

Mas desta vez não viajo em silêncio, mudo a função do aparelho e opto por viajar ouvindo os MP3 de meu pen-drive.

Ainda bem que desliguei a tempo de não ter de ouvir o locutor gritando “Êita, Deus!”

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Sei que não devo generalizar: não é toda programação gospel radiofônica que presta um desserviço ao Evangelho: reconheço que através das ondas de rádio, milhares de vidas são alcançadas, evangelizadas e edificadas.

Mas ou eu sou muito azarado que não consigo sintonizar tal programação de qualidade ou realmente ela é muito escassa!

PENSO QUE:

... se manter um programa evangélico no ar custa tão caro que o tempo da programação necessário para a evangelização deve ser utilizado na realização de pedidos constantes de ofertas...

... se a pregação radiofônica do Evangelho tem comprometido a essência do Evangelho, com doutrinas e atitudes estranhas...

... se o modelo de espiritualidade apresentado mais contribui para a alienação que para o discipulado...

... se um desserviço ao Evangelho tem sido prestado...

... está na hora de a Igreja repensar e reformatar urgentemente este ministério!

Um comentário:

  1. Vitor Gadelha
    A paz do Senhor Jesus Cristo

    Concordo plenamento com seu comentário a respeito da programação evangélica publicizada através das emissoras de rádios.
    Em muitos casos, vejo um falta de respeito ao público pensante e um falta de criatividade dos produtores desses programas se é que o tem.

    Sou crítico de rádio, não só na questão evangélica, mas como um todo. Os pastores, líderes de programas têm que cuidar mais do que vão falar e falar para o povão entender e não complicar o entendimento de quem se coloca diante de um rádio para aprender a palavra e ser edificada por ela.

    A respeito deste assunto, convido-o a nos ouvir. Temos um programa "JESUS É O CAMINHO", que apresentamos todos os domingos pela Rádio Piemonte FM - www.piemontefm.com.br

    Faça sua crítica pelo e-mail: pr.gomessilva@gmail.com e por este também podes nos dar boas idéias para que as coloquemos em prática.

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