quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

ME ENCHES DE VERGONHA, ZACARIAS!

"E Zacarias, seu pai, foi cheio do Espírito Santo, e profetizou, dizendo:

Bendito o Senhor Deus de Israel,

Porque visitou e remiu o seu povo,

E nos levantou uma salvação poderosa

Na casa de Davi seu servo.

Como falou pela boca dos seus santos profetas, desde o princípio do mundo;

Para nos livrar dos nossos inimigos e da mão de todos os que nos odeiam;

Para manifestar misericórdia a nossos pais,

E lembrar-se da sua santa aliança,

E do juramento que jurou a Abraão nosso pai,

De conceder-nos que,

Libertados da mão de nossos inimigos, o serviríamos sem temor,

Em santidade e justiça perante ele, todos os dias da nossa vida.

E tu, ó menino, serás chamado profeta do Altíssimo,

Porque hás de ir ante a face do Senhor, a preparar os seus caminhos;

Para dar ao seu povo conhecimento da salvação,

Na remissão dos seus pecados;

Pelas entranhas da misericórdia do nosso Deus,

Com que o oriente do alto nos visitou;

Para iluminar aos que estão assentados em trevas e na sombra da morte;

A fim de dirigir os nossos pés pelo caminho da paz" (Lucas 1.67-79).

O Evangelho de Lucas é minucioso na análise dos eventos que precederam o nascimento de Cristo, relatando os louvores das pessoas que os vivenciaram.

Entre eles está o cântico do velho Zacarias.

Um cântico proferido depois de 9 meses de mudez, com o nascimento do filho que Zacarias havia considerado impossível.

Este cântico é chamado de profecia por Lucas.

Neste cântico, chamado de Benedictus, o sacerdote bendiz a Deus por:

• Seu caráter fiel e misericordioso;

• Sua intervenção na salvadora na história humana;

• O alcance universal desta salvação, incluíndo Israel e as nações.

O que mais chamou minha atenção ao ler o Benedictus, contudo, foi o versículo 75, onde Zacarias anela pelo tempo em que o povo de Deus, livre da opressão de seus inimigos, O serviria em justiça e santidade.

Não estamos sob o jugo de um império militar, cerceando a vida, a fé e a liberdade, como Zacarias estava.

Sendo assim, porque o Senhor não é melhor servido em justiça e santidade?

Por que não se cumpriu o sonho de Zacarias?

Teria Zacarias se esquecido que os inimigos da fé não são externos, mas internos também? Não apenas físicos (carne e sangue), mas espirituais (principados e potestades)?

Teria Zacarias sido ingênuo, no final das contas?

Tosco?

Pobre Zacarias...

?

Não sei – só sei que quanto a mim, que não vivo com a espada romana em minha garganta, sinto vergonha lendo o cântico do velho sacerdote.

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