quinta-feira, 14 de abril de 2011

SOBRE O SEXO DOS ANJOS - E DOS DEMÔNIOS

Em sua grande maioria , os teólogos cristãos ao longo dos séculos têm considerado os anjos como seres assexuados (baseados principalmente na declaração de Jesus em Mateus 22.30), com raras exceções apenas entre aqueles que interpretam como anjos os "filhos de Deus" que desejaram as mulheres da Terra mencionados em Gênesis 6.
 
É interessante ver, porém, que a mesma lógica não foi aplicada pelos teólogos para falar acerca dos anjos caídos: os demônios.

Aplicando o mesmo princípio lógico por extensão, os demônios também são seres assexuados. 

Todavia, os demônios não foram compreendidos assim nem no imaginário popular (que apresenta as figuras do incúbo e do súcubo, demônios responsáveis por seduzir mulheres e homens respectivamente, por exemplo) e nem pelos teólogos: durante o período de caça às bruxas, uma das acusações mais comuns impostas àquelas mulheres era a de manter relações sexuais com demônios.

Muitas realmente "confessavam" terem praticado o ato, sob tortura atroz.

Ou seja, para tais teólogos, anjo não transa; mas demônio, sim.

Como isto seria possível à luz da própria teologia que estes homens sustentavam, pergunto eu?

Temo que esta incoerência não se deu apenas porque eles não leram as palavras de Jesus em Mateus 22.30.

Temo que  os teólogos assim pensavam por associarem, inconscientemente, a sexualidade à Queda.

Os anjos caídos teriam se tornarado seres sexuados como consequência da perca de seu estado original de graça após terem se rebelado contra Deus.

Ou seja, sexualidade e graça se excluem.
Mais um testemunho triste e lamentável de como a cristandade tem tido dificuldades de lidar com sua própria sexualidade. 

O Evangelho não deve ser responsabilizado por esta forma de pensar - não há nada  na doutrina cristã que sugira tal forma de pensar.

A responsabilidade cabe aos cristãos que abordaram o assunto de forma não-cristã.

Cabe à geração contemporânea corrigir este e outros erros históricos da Igreja, através de uma teologia pautada na Palavra de Deus, e não em especulações humanas. 

Com muita urgência, a fim de que não seja tolhida a vivência plena das bênçãos prometidas pelo Salvador que prometeu que Sua palavra  traria vida - e não a dos homens.

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