domingo, 23 de agosto de 2009

VOCÊ ESTÁ PREOCUPADO COM Ó PAI, Ó?


A minissérie Ó pai, ó, exibida pela Rede Globo, tem sido motivo de muitos comentários recentes devido à divulgação que sua próxima temporada terá como personagem um pastor desonesto, que desvia o dízimo dos fiéis.

Que a Igreja evangélica deve pensar disto?

Sem dúvida, é triste viver sob o signo de um estereótipo. Há profissões e grupos sociais que carregam consigo clichês insuportáveis (policiais, enfermeiras, políticos), que menosprezam a seriedade das pessoas que pertencem a tais grupos e que não fazem jus à imagem generalizadora dos estereótipos. É o que ocorre com os pastores e evangélicos em geral, sendo que muitos destes preconceitos são alimentados pela própria postura da mídia.

O grande público ignora que a grande parte dos pastores brasileiros vive em condições humildes, exercendo seu ministério de forma quase voluntária, sem contarem com o devido e justo respaldo financeiro de suas respectivas igrejas. E que também, ao contrário do que se pensa, existe vida inteligente sentada nos bancos das igrejas, capaz de criticar e se opor aos vendilhões da fé.

Isto deveria levar a igreja evangélica a se mobilizar contra a rede Globo e a exibição de Ó pai, ó?

Não.

Ó pai, ó é uma história. Com “h” minúsculo. É uma obra de ficção. E como obra de ficção possui como função realizar a crônica de seu tempo. Sendo assim, ela apresenta recortes da realidade e de seus tipos (bons e maus), cabendo ao leitor/telespectador extrair e fazer suas próprias conclusões a partir dos exemplos hipotéticos apresentados.

Sendo assim, podemos falar de obras que expõem aspectos negativos da polícia (Tropa de Elite), ou do catolicismo romano (O Pagador de Promessas), por exemplo. Tais narrativas têm uma função ilustrativa, requerendo a posterior reflexão de quem as lê ou assiste. Uma mentalidade proibitiva surge de se ignorar este fato.

Há não muito tempo atrás, uma novela da Rede Globo foi acusada de racismo devido à postura racista de um de seus personagens. A organização que moveu a queixa não compreendeu que, através de um exemplo ficcional, é possível que o telespectador compreenda como é odioso o racismo e se oponha a ele.

Mas, você pode estar se perguntando, você não acredita que o diabo pode usar esta minissérie para reforçar os preconceitos que a sociedade já possui contra os evangélicos?

Sem dúvida.

Muitos telespectadores não utilizam a ficção como um subsídio para repensar a realidade. Preferem a zona de conforto das generalizações e dos estereótipos.

Mas também creio que DEUS também pode usar esta minissérie para despertar o repúdio da Igreja e da sociedade contra os criminosos da fé, levando as pessoas terem desejo de conhecerem o Evangelho legítimo, através de pessoas e locais que o pregam com seriedade.

Se não gostar de Ó pai, ó, desligue a TV ou mude de canal. Mas, por favor, não faça tempestade em copo d’água.

(PS: Apesar de tudo que falei sobre crônica ficcional como retratos da realidade, há algo que eu NUNCA espero ver na TV: uma caracterização fidedigna do cristão que teme a Deus e o serve. Isto não é possível de ser feito por quem não compreende e aceita as verdades espirituais – leia 1.ª aos Coríntios, capítulo 2, versículos 14 e 15. O local correto para buscar e encontrar tal retrato é nas páginas das Escrituras e dentro da comunidade dos fiéis.)

Um comentário:

  1. Olá, Vitor Gadelha!
    Já que você tocou no assunto "Evangélicos e a Mídia", gostaria que você comentasse a respeito do confronto GLOBO X RECORD.

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