domingo, 3 de maio de 2009

DEUS E ANTOINE DE SAINT-EXUPÉRY


Foi no encontro com a Raposa que o Pequeno Príncipe aprendeu o conceito do amor enquanto responsabilidade.


Como estava em uma viagem breve pela Terra, não quis atender o pedido de iniciar amizade feito pelo animal.


“Cativa-me”, respondeu a Raposa.


Travaram amizade, e no momento da despedida, aconteceu o que o Príncipe temia: a raposa sofria por sua partida.


Tudo parecia uma enorme perda de tempo!


“Eu lucro”, disse ela, “por causa da cor do trigo”, antes considerado inútil pela Raposa, mas que a partir de agora lhe traria a lembrança do amigo, da cor de seus cabelos.

Com esta experiência, ensinou ao menino que o amor (invisível aos olhos) traz significação às coisas.

É depois deste encontro e desta aprendizagem com a Raposa que o Príncipe decide voltar para casa, depois de haver deixado seu pequeno planeta em uma jornada de aprendizagem e também de solução interior para os problemas de relacionamento que tinha com sua amada Rosa.

Voltar para casa é sinônimo de voltar para a Rosa.

Nossa casa é o lugar onde estão quem cativamos.

Dizem que o escritor e aviador Antoine de Saint-Exupéry escreveu esta fábula para expressar suas perplexidades acerca da vida e dos relacionamentos.

O conceito que Deus tem do amor não é diferente do conceito de Saint-Exupéry.

Deus também se considera responsável por aqueles a quem cativa.

Sua Palavra traz as seguintes expressões acerca de Seu cuidado para com aqueles que possuem um relacionamento com Ele:

Tu me guias com o teu conselho e depois me recebes na glória. (Salmo 73.24)

Como em redor de Jerusalém estão os montes, assim o SENHOR, em derredor do seu povo, desde agora e para sempre. (Salmo 125.2)

Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti. (Isaías 49.15)

Não se vendem dois pardais por um asse? E nenhum deles cairá em terra sem o
consentimento de vosso Pai. E, quanto a vós outros, até os cabelos todos da
cabeça estão contados. Não temais, pois! Bem mais valeis vós do que muitos
pardais. (Mateus 10.29-31)

Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. (João 3.16)

Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas. As minhas ovelhas
ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; e dou-lhes a vida
eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará das minhas mãos. Meu
Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las das mãos
de meu Pai. (João 10.11, 27-29)

Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que
são chamados segundo o seu propósito. (Romanos 8.28)

...lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós.
(1Pedro 5.7)

Ora, àquele que é poderoso para vos guardar de tropeços e para vos apresentar
com exultação, imaculados diante da sua glória, ao único Deus, nosso Salvador,
mediante Jesus Cristo, Senhor nosso, glória, majestade, império e soberania,
antes de todas as eras, e agora, e por todos os séculos. Amém! (Judas 24-25)

Contudo, Deus e os personagens de Antoine de Saint-Exupéry diferem em muitos aspectos:

A raposa não via significado no trigo até ela ter conhecido o Príncipe. Para ela, os relacionamentos conferem significado às coisas. Todavia, Deus já enxergava significado em você mesmo sem que você não correspondesse ao Seu amor: Para Ele, Seu amor livre (graça) é a base na qual todos os relacionamentos se tornam possíveis – e mesmo não-correspondido, enviou Seu Filho Jesus Cristo para trazer a salvação.

E, enquanto o Pequeno Príncipe cruzou o universo na tentativa de fugir de quem cativara, Jesus Cristo também fez a mesma coisa, porém com o propósito inverso: cativar você.

O pedido de amizade da Raposa encontra seu paralelo bíblico com o convite do Príncipe da Paz em Apocalipse 3.20:

Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo.

Não recuse o convite a estabelecer este relacionamento com Deus – e, assim, experimentar este amor e seus efeitos em sua vida.

Um amor sério, zeloso.

Responsável.

E, realmente, cativante.

Um comentário:

  1. Às vezes me pego a questionar: "O que Ele viu em mim? O que eu tenho para que Jesus se aproxime da minha vida e dedique-se a mim com tamanho zelo?

    A resposta: NADA! Eu simplesmente não tenho nada para o ter cativado.

    Mas aí vem o mais intrigante:
    Ele se aproximou de mim mesmo assim. Sabendo quem eu era, conhecendo minhas inumeras fragilidades, e pior, sabendo que eu não conseguiria retribuir-lhe a altura!

    Deus não é somente cativante é também supreendente!!!!!






    Parabéns, meu amor pelo trabalho!!!
    Que Deus continue te iluminando a escrever textos maravilhosos como este

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