sábado, 13 de novembro de 2010

SÉRIE SABERES ESSENCIAIS À VIDA (I): APRENDER A TRANSCENDER SEU TEMPO

Todo ser humano é um produto de seu tempo. Depara-se, ao nascer, com uma realidade que o antecedeu, e que constitui o arcabouço conceitual para sua formação, o pano de fundo de si mesmo.

Isto torna extremamente falível referir-se a qualquer pessoa sem levar em conta o contexto cultural que moldou sua cosmovisão.

Esta assertiva, que exige sensibilidade e empatia para analisarmos o legado deixado por outros (mormente das gerações passadas), não pode estar a serviço da previsibilidade.

Sim, pois apesar de todo ser humano ser produto de seu tempo, os seres humanos não são apenas fruto de seu tempo.

Todas as eras dão testemunho de homens e mulheres que, discernindo as imperfeições de seus dias, viveram à frente de seu tempo.

Se assim não fosse, a História não teria mobilidade e já teria se cristalizado - felizmente não é esta a realidade histórica, e disso dão testemunho os movimentos reformistas, abolicionistas, de direitos civis, de emancipação política.

As características de injustiça, desigualdade, intolerância, opressão e alienação religiosa não foram uma unanimidade, nas épocas em que mais assolaram a humanidade.

Isto só foi possível graças ao exercício da crítica sobre o próprio tempo, o que confere a capacidade de transcender ao tempo.

Abrir mão deste exercício significa não procurar visualizar possibilidades maiores e melhores de existência, abrindo mão do gerenciamento de si próprio.

É o conformismo como estilo de vida.

 É por isso que a advertênia de Paulo é tão relevante: "E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus". (Romanos 12.2)

Conhecer a vontade de Deus significa adquirir critérios para discernir e viver a vida que não estão sujeitos às limitações e temporalidade humanas.

Por isto não podemos aceitar viver uma vida de apatia, irreflexão e distanciamento de Deus - pois qual é a promessa deste tempo a nós?

Qual o perfil de ser humano que o século XXI, na sociedade brasileira pós-moderna nos apresenta?

Viver sob o signo do individualismo, consumismo e cinismo? Da indiferença, alienação, coisificação de si e dos outros e da sexolatria? Do niilismo e desesperança?

Reproduziremos tudo isto? 

Seremos retrato de nosso tempo ou, com a ajuda do Deus eterno, viveremos à frente de nosso tempo?

Que esta lição possa ser aprendida com muita urgência.

Nenhum comentário:

Postar um comentário