quinta-feira, 10 de junho de 2010

'VER O TEU ROSTO É COMO VER O ROSTO DE DEUS"


1  Levantando Jacó os olhos, viu que Esaú se aproximava, e com ele quatrocentos homens. Então, passou os filhos a Lia, a Raquel e às duas servas.
2  Pôs as servas e seus filhos à frente, Lia e seus filhos atrás deles e Raquel e José por últimos.
3  E ele mesmo, adiantando-se, prostrou-se à terra sete vezes, até aproximar-se de seu irmão.
4  Então, Esaú correu-lhe ao encontro e o abraçou; arrojou-se-lhe ao pescoço e o beijou; e choraram.
5 ¶ Daí, levantando os olhos, viu as mulheres e os meninos e disse: Quem são estes contigo? Respondeu-lhe Jacó: Os filhos com que Deus agraciou a teu servo.
6  Então, se aproximaram as servas, elas e seus filhos, e se prostraram.
7  Chegaram também Lia e seus filhos e se prostraram; por último chegaram José e Raquel e se prostraram.
8  Perguntou Esaú: Qual é o teu propósito com todos esses bandos que encontrei? Respondeu Jacó: Para lograr mercê na presença de meu senhor.
9  Então, disse Esaú: Eu tenho muitos bens, meu irmão; guarda o que tens.
10  Mas Jacó insistiu: Não recuses; se logrei mercê diante de ti, peço-te que aceites o meu presente, porquanto vi o teu rosto como se tivesse contemplado o semblante de Deus; e te agradaste de mim. (Gênesis 32.1-10)


"Ver teu rosto é como ver o rosto de Deus", disse Jacó a Esaú.

Parece um rompante de idolatria.

Mas somente quem compreende a intensidade da ruptura compreende o valor da reconciliação.

Relacionamentos há cuja restauração é comparável ao milagre da redenção.

E neste caso, contemplar e ser contemplado favoravelmente por alguém outra vez, soa como viver uma experiência tão miraculosa quanto a da comunhão beatífica com Deus.

O melhor de uma reconciliação é que através dela se (re)descobre a preciosidade daquela pessoa.

(E não acontece o mesmo depois da conversão? Não nos pegamos estupefatos pensando em como a vida era sem sentido enquanto estávamos distanciados de Deus?).

O sentimento de Jacó não era idolatria, mas gratidão.

E Deus entende.

Afinal, foi Ele que nos criou como seres gregários.

E Ele mesmo que colocou em nós o impulso para a busca da felicidade, que tem como um de seus imperativos a necessidade de viver relacionamentos plenos e, quando isto não ocorre, ansiar  pela redenção dos mesmos.

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