quarta-feira, 18 de novembro de 2009

QUE BOM QUE ÀS VEZES DEUS NÃO NOS LEVA A SÉRIO!

O livro de Rute tem como uma de seus protagonistas Noemi, retirante da fome que assolou Belém e a levou a se estabelecer em Moabe com sua família.

Após ter sido vitimada pela perca do marido e dos filhos, e com a perspectiva de um regresso doloroso à sua pátria, Noemi toma uma decisão fatídica: não mais queria ser chamada pelo seu nome (cujo significado é "minha delícia"), preferindo ser tratada por Mara ("amargura").

Por consider que a tragédia havia obtido poder para definir sua vida, Noemi abriu mão de sua identidade.

Felizmente, Deus não concordou.

O autor bíblico (provavelmente Samuel) jamais utiliza o termo "Mara" para falar de Noemi (veja Rute 1.22; 2.1-2, 6, 20, 22; 3.1, 18; 4.3, 5, 9, 14, 16-17).

Deus não abriu mão da identidade de Noemi e desrespeitou sumariamente a nova maneira pela qual ela concebia a si mesma e a vida, fazendo-a ver que as coisas não são como ela pensava, e que era possível ainda conhecer a felicidade.

Deus não desistiu de Noemi, apesar de ela ter desistido de Si.


Deus não desiste de nós em nossas precipitações.
Deus não anula o futuro que tem para nós quando tomamos como verdade nossas próprias perspectivas enganosas.

Deus não nos trata na mesma medida de nossas iniquidades e nem tampouco nos recompensa com base em nossa limitada fidelidade.

Deus ainda nos enxerga como somos, apesar dos pseudônimos que adotamos.

E ele jamais irá aceitar as decisões que tomamos acerca de nós mesmos que impliquem em um projeto de vida que não concretize o melhor que Ele tem para nós: assim como ele não aceitou tratar Noemi como Mara, Ele não aceitará abrir mão do homem e da mulher que Ele quer formar em nós, concordando com as alcunhas que assumimos e apelidamos de "vida", "identidade" e "perspectivas".

Que bom para nós!

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