Não sou adepto a extremismos que, em nome da denúncia ao espírito comercial que caracteriza boa parte das festas de nosso calendário, impede a singeleza de uma celebração. Por esta razão comemoro o Dia dos Pais e outros afins.
A paternidade aparece como uma das várias experiências que caracterizam a chegada à idade adulta: a entrada no mercado de trabalho, o princípio da independência econômica, assumir responsabilidades cívicas, a vivência de um grande amor...
Celebrar a paternidade é celebrar a maturidade.
Infelizmente a paternidade tem sido cada vez mais caracterizada como uma experiência menor, um “acidente de percurso”, por ser vivenciada por homens que evitam a todo custo qualquer experiência de amadurecimento.
Na maioria dos casos deste tipo, celebrar o Dia dos Pais não significa celebrar a paternidade como experiência abençoadora dentro de um projeto de vida maior, mas simplesmente lembrar de uma transa mal planejada!
E coitados dos filhos que têm de passar pelo segundo domingo do mês de agosto com um sorriso amarelo nos lábios...
O maior inimigo do Dia dos Pais não é o comércio que tenta induzir ao consumo de ferramentas, meias e outras bugigangas para presentear, mas no egoísmo desmedido de muitos “homens” que não estão à altura da posição privilegiada que desfrutam.
Celebrar o Dia dos Pais é celebrar o Dia do Homem, celebrar a chegada da vida adulta com todas as suas promessas, celebrar o fato de que o tempo do jovem já se foi e chegou ao mundo um homem com o qual ele pode contar.
Com o qual seus filhos podem contar.
Só há pai quando há homem, e só há homem quando existe um ser humano disposto a amar aceitando todos os encargos do amor, pois esta é a única forma verdadeira de amar.
Ser capaz de inseminar uma mulher não prova que ninguém é homem, muito menos que seja capaz de amar.
É ao pensar em todas as crianças que passaram pelo dia 08 de agosto com tristeza, que vêm o enorme desejo de que a produção de espermatozóides de um indivíduo estivesse ligada à qualidade de seu caráter.
Sei que este não é um desejo bom, nem justo (afinal, muitos filhos existem que compensam toda a falta de hombridade dos pais) e peço perdão pelo meu radicalismo.
Mas entendam: o próprio Deus apresenta a si mesmo como Pai.
E tenho certeza de que Ele não gosta nem um pouco dividir Seu título com muitos indivíduos levianos que pretensamente são o alvo dos festejos de 08 de agosto!
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