“Nunca vemos na TV um pai-de-santo falando mal de outro. Mas
lamentavelmente vemos pastores falando mal uns dos outros. Isto mostra o quanto
a igreja evangélica é desunida”.
Não me recordo exatamente a ocasião, nem o autor da frase (se
não me falha a memória, seria um dos pastores midiáticos atuais), ou se ele
usou a palavra “criticando” no lugar de “falando mal” (embora, a meu ver, ele igualou
as duas coisas em sua fala). Mas sua postura de lamento marcou minha memória.
E neste momento manifesto minha discordância em relação ao
pensamento do referido pastor.
Existe uma razão muito simples pela qual não temos
pais-de-santo falando mal uns dos outros: eles não foram chamados a batalhar
pela fé que foi dada aos santos (Jd 3)!
O trabalho apologético faz parte do ministério pastoral (2Tm 4.2-5; Tt 1.9).
Quando entendemos isso, percebemos que existe uma diferença entre promover
união e promover união a qualquer custo.
União a qualquer custo chama-se corporativismo - e o corporativismo
se preocupa apenas em “defender os nossos”. Não se preocupa com a devida crítica
de suas ações (e, como estamos falando de pastores, com a devida crítica de seu
ensino). O espírito corporativista não representa o ideal de unidade
para a Igreja - o que me levou a detectar grande perigo na frase que abriu este post.
Precisamos de pastores criticando uns aos
outros, sim.
Atitude de desunião? Não. Postura apologética.
Mais que isso: não podemos abrir mão deles e muito menos nos
escandalizar com eles, com a consciência de que a já acentuada tendência que a
igreja possui para o corporativismo não deve ser alimentada.
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