domingo, 11 de abril de 2010

A INADEQUAÇÃO DO "MEU" DEUS E DO "SEU" DEUS


Existe uma diferença muito grande entre o que pensamos sobre Deus e o próprio Deus em si.

Todos nós nos limitamos aos nossos conceitos sobre Deus,  à nossa teologia individual.

O grande problema com nossa teologia individual é que nunca conseguimos nos erguer acima dela: parece-me que foi A. W. Tozer que disse que "aquilo que pensamos sobre Deus é a questão mais importante de nossa vida".

Nossa vida vida é reflexo de nossas convicções sobre Deus.

Não é à toa que a etimologia da palavra idolatria seja eidos (idéia) + latreia (culto), ou seja, a deificação de um conceito particular.

O reconhecimento desta perigosa realidade levou muitos ao agnosticismo, por considerar ser impossível tecer qualquer discurso sobre Deus.

Como vencer nossa idolatria potencial sem cair no agnosticismo desesperançado?

Em primeiro lugar, reconheça que Deus nos deixou conceitos acerca de Si mesmo. Ele falou.  Através da criação, de Sua ação na História, através das bênçãos por Ele concedida - mas de modo muito mais específico através de Seu Filho, Jesus, e de Sua palavra, a Bíblia. 

Deus optou tanto por não deixar-nos no escuro acerca de Si mesmo quanto por poupar-nos do perigoso e sempre falho trabalho de "concebê-lo". Ao se intitular religião revelada, o cristianismo reconhece com gratidão o evento da auto-revelação divina, capaz de suprir nossa incapacidade epistemológica, apregoando, ao mesmo tempo, a necessidade da devida honestidade intelectual para conhecer a Deus: a humildade que capacita a aceitar o que Deus tem a dizer acerca de si e acerca de nós.

Segundo, ao ser confrontado pelo Deus verdadeiro, saiba que você terá de descartar o seu "Deus". Este não é um processo fácil e nem ao menos indolor, mas é necessário. Não é possível alimentar expectativas verdadeiras em torno de um falso Deus - mesmo que eu o tenha batizado com o título do Deus cristão. Livre-se do "seu" Deus em nome de Deus.

Terceiro, saiba que toda sua vida na Terra será de refinamento de sua visão e conhecimento de Deus. Não há como se graduar nisto. Há apenas a garantia de que, enquanto estou aberto a conhecer o Deus vivo e verdadeiro, estou a salvo do "meu" falso Deus.

E assim, nos aperfeiçoando na verdade, desfrutaremos melhor da liberdade dos filhos de Deus.

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