O novo filme de Will Smith o apresenta no papel de um homem torturado por um erro terrível cometido no passado e que, não conseguindo conviver com a culpa, resolve suicidar-se, procurando, antes disso conferir ao seu ato um significado maior, salvando, através dele, sete vidas.
A trama é bem conduzida, com boas atuações dos atores, mantendo durante todo o filme o suspense sobre o personagem, cujas motivações são reveladas apenas no final da história.
Causou-me profundo impacto a urgente realidade apontada pelo personagem de Will Smith: as muitas pessoas que, como o personagem da ficção, não conseguem conviver com o tormento interior da culpa. A existência sob o peso de uma consciência culposa é um fardo, privando o ser humano de paz - com Deus, consigo mesmo e com os outros, pela leitura moralmente negativa que o indivíduo possui de si mesmo. O agravante encontra-se no fato que, no esforço desesperado para reparar os equívocos cometidos na vida é possível trilhar um caminho que conduz à autodestruição.
Após assistir este filme, compreendi a palavra do autor da epístola aos Hebreus, no capítulo 9 e versículo 14 como uma bem-aventurança, por apresentar um dos benefícios da obra perdoadora de Jesus Cristo a nosso favor como purificação da consciência (... quanto mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará a vossa consciência das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?). Desta forma, somos libertos do fardo de tentar confiar em nossa capacidade própria para satisfazermos Seu padrão de justiça (o que é sempre um esforço vão, por isso classificado como "obras mortas"), da auto-avaliação destrutiva e do temor da rejeição divina. Paulo expressa o mesmo conceito com outras palavras, afirmando que nenhum poder no universo pode condenar aqueles a quem Deus perdoou - nem o próprio indivíduo (Rm 8.33-34).
A enorme conscienciosidade e senso de responsabilidade pessoal de Ben (o personagem de Will Smith), com seu conseqüente desejo de reparação não são populares em uma sociedade como a nossa, onde crianças são assassinadas com frieza e a negação do conceito de culpa promove a cauterização da consciência. Todavia, a chave para lidar com a culpa (e os erros que estão por trás dela) não consiste no auto-perdão indulgente e irresponsável, nem tampouco na paralisia da vida em submissão ao remorso, mas em comparecer integralmente (com toda sua bagagem de vida: com seus erros, acertos, frustrações, sentimentos e conceitos) à presença do Deus compassivo, cujo amor perdoador é demonstrado de forma clara na morte de Jesus Cristo, que se entregou por nossos pecados para possibilitar a redenção de nossa história (inclusive dos erros que trazem tortura interior para as pessoas; todos inclusos no perdão conquistado na cruz).
Através da graça de Deus, sempre é possível encontrar uma nova chance para um recomeço, cheio de perspectivas para o futuro.
Parabens Vitor, há em sua visão de mundo um brilho de nosso Senhor que iluminará a cada dia todos que puderem viver a experiência que aproveitei hoje.
ResponderExcluirAmei seu Blog .... voltarei sempre!!!!
Adalgisa
Sabio é aquele que conhece os dons do mundo e partilha com os que ama...mas,ensina aos que nem conhece.