sexta-feira, 3 de agosto de 2012

A TEOLOGIA DO GRANDE AMOR



A repercussão causada pela traição de Kristen Stewart me fez pensar um pouco sobre as contradições de nosso tempo.

Vivemos em uma sociedade que valoriza cada vez mais a liberalidade no amor como forma de liberdade, mas que ao mesmo tempo rejeitou a atitude da jovem atriz.



Robert Pattinson e Kristen Stewart protagonizaram nos cinemas a saga Crepúsculo, o mais recente sucesso da literatura romântica (o vampirismo, na verdade, é apenas um tema menor dentro da obra, que é uma história de amor, em sua forma mais clássica, nobre e antiquada – e, aliás, para muitos críticos, é um mistério que um livro com uma ética tão retrógrada tenha feito tanto sucesso em nossos dias permissivos.).



Os romance dos dois jovens atores fascinava por dar continuidade, na vida real, ao romance da fantasia.

Era a concretização do final feliz – que veio por água abaixo com o affair da garota com o diretor de seu novo filme.



E vivemos em uma sociedade que não admite perder o final feliz de um conto de fadas romântico – e por quê, já que seu discurso e prática, com seus carnavais, baladas, bailes funk e coisas do gênero conspiram contra ele?

Por que, se os paradigmas de masculinidade e feminilidade de nosso tempo aboliram o “que até a morte os separe” como essencial para o final feliz?

Talvez por saber, sem assumir, que esta postura inviabiliza o “felizes para sempre”.



Parece que a permissividade é o discurso de nosso tempo, mas o desejo dos seres humanos de nosso tempo continua sendo o grande amor.

Prega-se a poligamia, mas se quer a monogamia.



Ouso dizer que, da mesma forma que Deus colocou a eternidade no coração dos homem, instigando-o para a transcendência (Eclesiastes 3.11), Deus também colocou no coração humano o desejo de viver um relacionamento significativo e exclusivo com outra pessoa  – ser uma única carne com alguém (Gênesis 2.18-25)*.

Uma figura tão poderosa que é símbolo do relacionamento de Cristo com Seu povo (Efésios 5.25-33).

Viver o grande amor. Não uma molecagem. É disto que os seres humanos precisam.



Mesmo que o discurso de nossa sociedade negue isto, como ato falho este anseio aparece, nas artes e nas canções - motivo pelo qual eu coloquei tantos "casais célebres" de nossa cultura neste post, como testemunho de como o grande amor é valorizado e ansiado.

E como testemunho e explicação também de como e porquê a sociedade sente-se frustrada quando a vida não imita a arte (arte que muitas vezes serve como escape da própria vida para as pessoas) - e acaba o que parecia ser um conto de fadas.
 
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*Exceção deve ser feita àqueles que, por dom e vocação divina, abrem mão desta vivência para dedicação exclusiva ao ministério (Mateus 19.12; 1 Coríntios 7.7).

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