CHE GUEVARA
É com muito temor (e tremor) que escrevo este artigo, pois sei que a ideologia* defendida por Ernesto Rafael Guevara de la Serna cerceou liberdades individuais, trouxe atraso econômico a diversos países e causou a morte de milhões de pessoas, especialmente de muitos de meus irmãos fé.
Não quero ofender a consciência de ninguém. Especialmente de missionários que já tiveram experiências do outro lado da Linha Vermelha.
Mas não posso deixar de fazer justiça ao maior legado de Che Guevara: o exemplo de alguém coerente no compromisso com suas convicções pessoais, sendo capaz de aceitar as implicações mais extremas das mesmas.
O abandono da carreira de médico, seu compromisso com os miseráveis da América Latina, sua vida de guerrilheiro e revolucionário, a renúncia ao conforto e segurança pessoal não foram fatos isolados: foram respostas dadas às demandas de seus ideais.
O nível de devoção de uma pessoa a uma causa demonstra o quanto esta causa é importante para ela.
E neste ponto, Che Guevara é uma lição para todos os cristãos.
Que nós, que não temos nossa esperança de redenção em uma utopia ou ideologia falíveis, mas servimos ao Senhor Jesus, o Príncipe da Paz, redentor excelente e eficaz dos homens e da realidade, possamos defender e viver nossos ideais com o mesmo nível de coerência, comprometimento e dedicação.
Feliz 2012!
* Obs: se o problema consistia na ideologia em si, ou na maneira como foi implantada, não é algo que eu desejo discutir especificamente agora. Já havia dado uma pincelada na questão do socialismo e comunismo neste artigo: http://www.vitorgadelha.blogspot.com/2010/11/sobre-comunismo-e-comuhao.html . Penso apenas que Marx foi genial em certos aspectos e obtuso em outros.
Olá irmão Vitor!
ResponderExcluirAssim com Che, precisamos defender os nossos ideais (no nosso caso) cristãos até a última consequência!
Boa reflexão
Caro Vitor,
ResponderExcluirAcho que não é preciso arriscar um exemplo tão ideologicamente carregado para exaltar a persistência, a coerência e a aceitação incondicional das consequências das próprias escolhas. Não é preciso nem mesmo sair do domínio religioso: todas essas qualidades encontram-se de sobra na figura do Diabo, que possui ainda outros atributos comuns a Che, como a astúcia e a capacidade de persuasão.
Acho que temos sempre muito a aprender com o inimigo. Mas exaltá-lo como exemplo a ser seguido, isso é forçar a barra.
Um texto interessante, que li há muito tempo e fui atrás agora, por julgar pertinente:
http://www.olavodecarvalho.org/convidados/mnagib.htm
Abraço!
Obrigado pela participação, Saidy!
ResponderExcluirObrigado pela participação, Erick!
ResponderExcluirCompreendo sua preocupação - mas a tônica do texto é justamente esta: se alguém que acreditava em ideais tão questionáveis pôde demonstrar tamanho nível de comprometimento com os mesmos, por que o mesmo não acontece entre aqueles que defendem os ideais de Cristo?
Quanto ao texto que você indicou é apresentada uma questão mais complexa: a "esquerdização" da educação brasileira.
Entenda que, sob a repressão da ditadura militar (embora o autoritarismo já fosse uma característica histórica no país), o pensamento "de esquerda" representava (principalmente para os setores mais ligados às ciências humanas) a única via possível de transformação social - e esta concepção influenciou grande parte dos pensadores em educação.
Particularmente, não creio que nem uma direita insensível e uma esquerda míope sejam propostas viáveis para a melhoria da sociedade: prefiro ser social-democrata.