Pense em uma pessoa que teve a oportunidade de mudar-se para uma casa maravilhosa que, entre outras coisas, lhe prporcionava a vista de uma belíssima paisagem natural pela janela.
Enquanto a vida naquela casa é uma experiência nova, o morador consegue se extasiar com a beleza que o cerca, sentir-se grato e motivado.
O convívio com tanta beleza, porém, faz com que o morador se habitue à paisagem - e, com o tempo, deixa de se fascinar.
Com o tempo, não se debruça mais à janela.
E com o tempo, questiona-se se não deveria ir para outro lugar.
O mesmo ocorre com o relacionamento com Deus.
No início da caminhada cristã, experimentar a beleza de Deus e de Seu Reino é uma vivência de puro encantamento, pois o contraste entre sordidez da antiga realidade de vida e a nova está presente com mais fescor no coração do fiel.
Há, porém, uma distorção perversa muito comum nos relacionamentos humanos, que se repete no relacionamento com o Senhor: o fato de que o convívio produz m perigoso tipo de familiarização, que ao invés de aumetar a intimidade, produz rotina e indiferença.
A pessoa se acostuma com Deus - e de tanto se acostumar com Deus, não consegue se fascinar por ele como antes.
Que fazer?
Como não perder o primeiro amor?
Como não perder a capacidade de se fascinar com Deus?
Apresento as seguintes sugestões:
1. A primeira sugestão que eu dou é de consciência: nossa "nova casa" faz de nós pessoas privilegiadas - da mesma forma que um confortável chalé nas montanhas é um bem precioso, nunca devemos nos esquecer do valor de Deus - e de quão abençoado por tê-Lo conosco.
(Sei que é uma sugestão cruel, mas uma ótima forma de aguçarmos nossa consciência neste sentido é lembrar-mo-nos de como era nossa antiga casa, nossa antiga vida...)
2. A segunda sugestão diz respeito ao olhar: quem contempla a beleza prolongadamente pode desenvolver um olhar apático e indiferente... a menos que aprenda a estar sempre descobrindo novos aspectos da beleza que o cerca. Quem disse que conhecemos a beleza de Deus de forma exaustiva? Se nosso relacionamento com Deus for dinâmico, sempre estaremos O conhecendo melhor - e ao aprofundar nossa percepção de Deus, esaremos sempre nos surpreendendo e nos fascinando com a beleza de Seu ser, caráter e propósitos.
(Quando contemplar a paisagem da janela não basta, vá explorar a paisagem - ou seja, nossa apropriação de Deus deve ser sempre crescente...)
3. E, finalmente, a última sugestão é de ordem existencial: a beleza de sua nova casa, de seu novo ambiente de vida já havia conseguido encher seu coração (lembra do que você sentia quando "abria a janela" e se extasiava com a beleza de sua nova situação de vida?): sendo assim, você não precisa ir para outro lugar. Para onde você iria? Seu novo ambiente satisfazia suas necessidades - e preserva ainda o mesmo potencial de satisfação. Não precisamos de um novo ambiente. Precisamos de uma nova postura no mesmo ambiente. Uma postura renovada diante de Deus.
Pois toda vez que esfria o primeiro amor vemos que não estamos com um problema, mas que estamos nos tornando um problema.
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