quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

POCKET GOD


Hoje, graças a um parente que mora no exterior, fui apresentado ao iPod Touch.

Admirado e, ao mesmo tempo, imaginando como deveria ser o iPhone (!), consegui entender na prática porque a tecnologia da Apple se tornou uma febre mundial (não no Brasil, infelizmente, graças aos impostos brasileiros que acabam impondo a estes produtos um preço final altíssimo).

Conferindo a infinidade de aplicativos que mostram que o Ipod é muito mais que um MP3 player comum (GPS, calendário, Wi-Fi, etc.) pude verificar como o aparelhinho é potente para rodar games com alta qualidade gráfica. Como o aparelho é totalmente touch-screen, joga-se deslizando os dedos na tela para executar os comandos, o que torna a experiência bem interessante.

Um joguinho, porém, chamou minha atenção.

Seu nome era Pocket God (literalmente, “Deus de bolso”).

A idéia do jogo é a seguinte: você controla totalmente a vida dos nativos que vivem em uma ilha. Você decide quantos nascimentos e quantas mortes haverão. Sol e chuva se alternam de acordo com sua vontade. O mar pode ter peixes ou tubarões. Você decide se os nativos terão um dia agradável ou se serão atingidos por um raio ou ainda se o vulcão da ilha entrará em atividade, provocando um incêndio.

O aplicativo me deixou perplexo e pensativo.

Fiquei pensando na intenção de quem bolou o game. Que mensagem ele (ou a equipe) quis passar?

1) Teria ele transmitido seu conceito particular sobre Deus (neste caso, considerando-O um ser sádico e insensível à humanidade – o que o caracterizaria como um ateu revoltado)?

2) Ou teria fantasiado acerca do que aconteceria se os seres humanos tomassem o lugar de Deus (o que conferiria um caráter mais filosófico ao jogo)?

Se a opção 1 for verdadeira, mostra o quão impregnada na cultura popular está a questão da teodicéia (conciliar a fé na bondade de Deus com o mal existente no universo), mostrando à Igreja a necessidade de apresentar a visão bíblica do problema do mal e do sofrimento e a solução que Deus provê para o mesmo, mediante o Evangelho. Ou seja, a Igreja precisa mostrar ao mundo que o dilema do mal é um problema que possui solução como parte de seu trabalho evangelizador.

Quanto à opção 2, vale a pena o questionamento: se alguém tivesse os poderes de Deus, iria usá-los com que finalidade? Para abençoar ou sacanear ou outros? Enquanto escrevo estas linhas estou assistindo O Todo Poderoso, com Jim Carrey, e tendo uma boa idéia do que aconteceria!

Dizem que o poder corrompe, e o poder absoluto corrompe absolutamente. Neste caso, a questão 2 me dá mais motivos para amar e confia em Deus, pois somente Ele pode exercer poder ilimitado aliado a um caráter santo.
Mesmo as situações mais simples são desafios e oportunidades para reflexão e comunicação da fé, exigindo olhos treinados para não se iludir com a aparente simplicidade daquilo que temos sob vista - por trás de tal simplicidade pode estar um profundo clamor.

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