Feliz Ano Novo!
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
POCKET GOD
Hoje, graças a um parente que mora no exterior, fui apresentado ao iPod Touch.
Admirado e, ao mesmo tempo, imaginando como deveria ser o iPhone (!), consegui entender na prática porque a tecnologia da Apple se tornou uma febre mundial (não no Brasil, infelizmente, graças aos impostos brasileiros que acabam impondo a estes produtos um preço final altíssimo).
Conferindo a infinidade de aplicativos que mostram que o Ipod é muito mais que um MP3 player comum (GPS, calendário, Wi-Fi, etc.) pude verificar como o aparelhinho é potente para rodar games com alta qualidade gráfica. Como o aparelho é totalmente touch-screen, joga-se deslizando os dedos na tela para executar os comandos, o que torna a experiência bem interessante.
Um joguinho, porém, chamou minha atenção.
Seu nome era Pocket God (literalmente, “Deus de bolso”).
A idéia do jogo é a seguinte: você controla totalmente a vida dos nativos que vivem em uma ilha. Você decide quantos nascimentos e quantas mortes haverão. Sol e chuva se alternam de acordo com sua vontade. O mar pode ter peixes ou tubarões. Você decide se os nativos terão um dia agradável ou se serão atingidos por um raio ou ainda se o vulcão da ilha entrará em atividade, provocando um incêndio.
O aplicativo me deixou perplexo e pensativo.
Fiquei pensando na intenção de quem bolou o game. Que mensagem ele (ou a equipe) quis passar?
1) Teria ele transmitido seu conceito particular sobre Deus (neste caso, considerando-O um ser sádico e insensível à humanidade – o que o caracterizaria como um ateu revoltado)?
2) Ou teria fantasiado acerca do que aconteceria se os seres humanos tomassem o lugar de Deus (o que conferiria um caráter mais filosófico ao jogo)?
Se a opção 1 for verdadeira, mostra o quão impregnada na cultura popular está a questão da teodicéia (conciliar a fé na bondade de Deus com o mal existente no universo), mostrando à Igreja a necessidade de apresentar a visão bíblica do problema do mal e do sofrimento e a solução que Deus provê para o mesmo, mediante o Evangelho. Ou seja, a Igreja precisa mostrar ao mundo que o dilema do mal é um problema que possui solução como parte de seu trabalho evangelizador.
Quanto à opção 2, vale a pena o questionamento: se alguém tivesse os poderes de Deus, iria usá-los com que finalidade? Para abençoar ou sacanear ou outros? Enquanto escrevo estas linhas estou assistindo O Todo Poderoso, com Jim Carrey, e tendo uma boa idéia do que aconteceria!
Dizem que o poder corrompe, e o poder absoluto corrompe absolutamente. Neste caso, a questão 2 me dá mais motivos para amar e confia em Deus, pois somente Ele pode exercer poder ilimitado aliado a um caráter santo.
Admirado e, ao mesmo tempo, imaginando como deveria ser o iPhone (!), consegui entender na prática porque a tecnologia da Apple se tornou uma febre mundial (não no Brasil, infelizmente, graças aos impostos brasileiros que acabam impondo a estes produtos um preço final altíssimo).
Conferindo a infinidade de aplicativos que mostram que o Ipod é muito mais que um MP3 player comum (GPS, calendário, Wi-Fi, etc.) pude verificar como o aparelhinho é potente para rodar games com alta qualidade gráfica. Como o aparelho é totalmente touch-screen, joga-se deslizando os dedos na tela para executar os comandos, o que torna a experiência bem interessante.
Um joguinho, porém, chamou minha atenção.
Seu nome era Pocket God (literalmente, “Deus de bolso”).
A idéia do jogo é a seguinte: você controla totalmente a vida dos nativos que vivem em uma ilha. Você decide quantos nascimentos e quantas mortes haverão. Sol e chuva se alternam de acordo com sua vontade. O mar pode ter peixes ou tubarões. Você decide se os nativos terão um dia agradável ou se serão atingidos por um raio ou ainda se o vulcão da ilha entrará em atividade, provocando um incêndio.
O aplicativo me deixou perplexo e pensativo.
Fiquei pensando na intenção de quem bolou o game. Que mensagem ele (ou a equipe) quis passar?
1) Teria ele transmitido seu conceito particular sobre Deus (neste caso, considerando-O um ser sádico e insensível à humanidade – o que o caracterizaria como um ateu revoltado)?
2) Ou teria fantasiado acerca do que aconteceria se os seres humanos tomassem o lugar de Deus (o que conferiria um caráter mais filosófico ao jogo)?
Se a opção 1 for verdadeira, mostra o quão impregnada na cultura popular está a questão da teodicéia (conciliar a fé na bondade de Deus com o mal existente no universo), mostrando à Igreja a necessidade de apresentar a visão bíblica do problema do mal e do sofrimento e a solução que Deus provê para o mesmo, mediante o Evangelho. Ou seja, a Igreja precisa mostrar ao mundo que o dilema do mal é um problema que possui solução como parte de seu trabalho evangelizador.
Quanto à opção 2, vale a pena o questionamento: se alguém tivesse os poderes de Deus, iria usá-los com que finalidade? Para abençoar ou sacanear ou outros? Enquanto escrevo estas linhas estou assistindo O Todo Poderoso, com Jim Carrey, e tendo uma boa idéia do que aconteceria!
Dizem que o poder corrompe, e o poder absoluto corrompe absolutamente. Neste caso, a questão 2 me dá mais motivos para amar e confia em Deus, pois somente Ele pode exercer poder ilimitado aliado a um caráter santo.
Mesmo as situações mais simples são desafios e oportunidades para reflexão e comunicação da fé, exigindo olhos treinados para não se iludir com a aparente simplicidade daquilo que temos sob vista - por trás de tal simplicidade pode estar um profundo clamor.
Marcadores:
teodicéia
sábado, 26 de dezembro de 2009
FELIZ NATAL, DA MANJEDOURA ATÉ A CRUZ!
Não é possível compreender o significado do Natal enxergando a manjedoura como um evento isolado em si.
O nascimento de Cristo é uma etapa histórica dentro do plano de redenção elaborado por Deus.
Um plano que possui propósito e significado, entrelaçado e que abrange de eternidade a eternidade.
Sendo assim, consigo dizer “Feliz Natal” com propriedade sabendo que “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.” (João 1.1-2).
Compreendendo que “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz; para que se aumente o seu governo, e venha paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para o estabelecer e o firmar mediante o juízo e a justiça, desde agora e para sempre. O zelo do SENHOR dos Exércitos fará isto.” (Isaías 9.6-7)
Não mais vendo 25 de dezembro como uma festa centralizada em mim mesmo, mas sabendo que ela remete ao histórico momento em que “vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos.” (Gálatas 4.4-5), “agora, porém, ao se cumprirem os tempos, se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de si mesmo, o pecado” (Hebreus 9.26), fundamentado em que “Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3.16)
A manjedoura é devidamente apreciada somente quando compreendida como etapa que precede a cruz, pois “o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.” (Marcos 10.45)
E seu objetivo é alcançado quando desfruto da promessa que ela encerra: “eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.” (João 10.10)
E, assim, posso vislumbrar o alcance da encarnação, paixão e ressurreição de Jesus Cristo e compreender seu significado último para a história do Universo “pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai.” (Filipenses 2.6-10).
O nascimento de Cristo é uma etapa histórica dentro do plano de redenção elaborado por Deus.
Um plano que possui propósito e significado, entrelaçado e que abrange de eternidade a eternidade.
Sendo assim, consigo dizer “Feliz Natal” com propriedade sabendo que “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai.” (João 1.1-2).
Compreendendo que “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz; para que se aumente o seu governo, e venha paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para o estabelecer e o firmar mediante o juízo e a justiça, desde agora e para sempre. O zelo do SENHOR dos Exércitos fará isto.” (Isaías 9.6-7)
Não mais vendo 25 de dezembro como uma festa centralizada em mim mesmo, mas sabendo que ela remete ao histórico momento em que “vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos.” (Gálatas 4.4-5), “agora, porém, ao se cumprirem os tempos, se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de si mesmo, o pecado” (Hebreus 9.26), fundamentado em que “Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3.16)
A manjedoura é devidamente apreciada somente quando compreendida como etapa que precede a cruz, pois “o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.” (Marcos 10.45)
E seu objetivo é alcançado quando desfruto da promessa que ela encerra: “eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.” (João 10.10)
E, assim, posso vislumbrar o alcance da encarnação, paixão e ressurreição de Jesus Cristo e compreender seu significado último para a história do Universo “pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou sobremaneira e lhe deu o nome que está acima de todo nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é Senhor, para glória de Deus Pai.” (Filipenses 2.6-10).
O Natal é o testemunho do amor que inaugura um novo estado de coisas e que a manjedoura de Belém é o convite a homens de todas as épocas a experimentarem em seus dias a redenção do Salvador amoroso que nasceu no século I, mas decidira encarnar e morrer por eles desde a fundação do mundo.
Marcadores:
teologia
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
VOCÊ TEM ABUSADO DO PRECEDENTE DE ANA?
Utilizar um precedente histórico significa apelar a um fato passado para embasar uma atitude presente.
Na verdade, a história como um todo assume a função de servir como precedente à nossa realidade, no sentido de ser uma das fontes de consulta necessárias para a ação presente e construção do futuro.
Todavia, existem limites para o uso de um precedente histórico, limites estes que, se não forem respeitados, inevitavelmente gerarão abusos.
Por exemplo, utilizar o fato histórico de que os gregos realizavam as Olimpíadas como forma de culto a seus deuses como argumento teológico para a proibição de esportes é um abuso do fator histórico, por fazer uma analogia forçada que desconsidera os contextos diferentes em que a mesma atividade é exercida.
Quero aplicar o mesmo raciocínio à história bíblica de Ana, devido a alguns abusos que têm sido cometidos ao usarem-na.
O primeiro livro de Samuel, no capítulo primeiro, narra o nascimento do profeta: Ana, sua mãe, era amada por seu pai, Elcana. Porém, ele mantinha um relacionamento bígamo, sendo casado também com Penina que, embora não fosse amada como Ana, concedia filhos a Elcana.
A esterilidade era um fardo bastante difícil para as mulheres daquela época – e Penina sabia tirar proveito disso, humilhando Ana na tentativa de obter o favorecimento de Elcana.
Ao comparecer à reunião de adoração em Siló, para onde sua família peregrinava anualmente, Ana ora angustiada ao Senhor, pedindo que lhe desse um filho. Nesta ocasião ocorre o famoso incidente em que Ana, orando em silêncio, apenas mexendo os lábios, é confundida com uma bêbada pelo sacerdote Eli, que, posteriormente, a abençoa.
Ana teve sua oração atendida e o seu cântico de agradecimento (1.º Samuel 2.1-10) tornou-se uma referência histórica para os israelitas em suas orações.
Devido ao incidente ocorrido em Siló, onde o sacerdote Eli não compreendeu que Ana orava, e a repreendeu em um primeiro momento, a Igreja contemporânea também tomou esta passagem como um paradigma da incompreensão humana, agravada ainda mais pelo fato de ela ter sido exercida por um sacerdote.
Eli tornou-se, então, símbolo de insensibilidade e falta de compreensão. Muitos leitores da Bíblia, vítimas de desprezo, identificam-se facilmente com Ana, também identificando, com igual facilidade, os seus “Elis”.
Agora, convenhamos:
Não era inusitada a cena que Eli tinha diante de seus olhos em Siló?
Teria ele outra opção além de supor que Ana estava “mamada”, dada a bizarrice do que contemplava?
Devemos ter bem claro para nós que toda compreensão que o nosso próximo tiver acerca de nós (de nossas intenções, motivações, atitudes), por melhores que sejam suas intenções (e isto incluirá certamente aqueles a quem mais amamos e por quem somos mais amados) sempre será limitada. O motivo para tal fato é porque somente Deus é capaz de nos conhecer em nossa inteireza. Isto me leva a crer que, em seu sentido mais essencial, todo ser humano é um solítário – porque somente Deus o conhece e o entende plenamente.
Sendo assim, não faz sentido pretender (e exigir) que seres humanos de carne e osso como nós sejam capazes de nos discernir integralmente.
Por esta razão a transparência nos relacionamentos é um ingrediente vital para a vida em comum.
Quantas vezes as pessoas, tolamente, ressentem-se por não serem compreendidas apesar de não terem feito o menor esforço para que isto pudesse ter ocorrido.
Abusar do precedente de Ana é viver exigindo que todo ser humano possua uma bola de cristal para viver com você!
Não estou querendo dizer que não existam atitudes concretas de desprezo.
Apenas quero alertar você para o risco de tornar ainda mais dificultosas as já complexas relações humanas.
Não creio que Eli tivesse recursos para compreender a cena que se passava diante de seus olhos. Ana, de maneira sábia, colocou o sacerdote à par de tudo que estava ocorrendo, e pôde contar com seu apoio e solidariedade após ele ter compreendido o que se passava.
Portanto, analise suas dificuldades relacionais e verifique se você realmente tem sido vitima de desprezo ou se, por não ter se esforçado por fazer ser compreendido (a) por aqueles que vivem ao seu redor, tem utilizado mal a experiência da transparente Ana para se afundar em autopiedade.
Marcadores:
relacionamento
sábado, 19 de dezembro de 2009
JESUS E A IGREJA NOS LUGARES CERTOS
"... edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela". (Mateus 16.18)
Já escrevi sobre a absoluta necessidade de distinguir Cristo da Igreja e retorno hoje a este tema.
Nunca é demais enfatizá-lo, dada a constatação empírica de que muitas pessoas abandonam a Cristo devido a alguma decepção com a Igreja.
Só que...
Transferir a Cristo a culpa da Igreja é um falso raciocínio.
A Igreja é conseqüência de Cristo - não é ela que fundamenta Cristo.
Cristo é anterior à Igreja e, sem Cristo não haveria Igreja.
Logo, Cristo possui precedência sobre a Igreja.
Antes de pensar na Igreja devo pensar em Cristo - este é um sério caso onde a ordem dos fatores altera o produto.
Quão sério erro é tentar definir Cristo a partir da Igreja.
Quão sério engano é permitir que a experiência com a Igreja condicione a experiência de Cristo!
A Igreja deve ser definida a partir do referencial de Cristo, pois Ele determina os fundamentos para a identidade da Igreja, fornecendo também, neste sentido, o fundamento para a crítica da Igreja, através do contraste entre a experiência real e o ideal estabelecido por Seu fundador.
O caráter de Cristo não fica comprometido pelas atitudes de Seus seguidores.
E quanto às pessoas que sentem-se tentadas a afastarem-se de Cristo por causa da Igreja?
Sugiro que pensem mais em Cristo que na Igreja!
Veja, eu não disse "Não pense", mas "Pense melhor sobre..."
Sugiro que pensem mais em Cristo que na Igreja!
Veja, eu não disse "Não pense", mas "Pense melhor sobre..."
E que ao pensar nela, não o façam com jactância, mas com misericórdia.
Desejo de ajudar.
Pois, afinal de contas, Cristo ama a este povo imperfeito - e, neste sentido, a Igreja comprova a veracidade do Evangelho de que a salvação é exclusivamente pela graça de Deus.
Você é perfeito?
Não?
Sendo assim, visto que você está irmanado na herança comum da humanidade (em sua ruína e possibilidade de redenção em Cristo), há um lugar na Igreja para você também.
Desejo de ajudar.
Pois, afinal de contas, Cristo ama a este povo imperfeito - e, neste sentido, a Igreja comprova a veracidade do Evangelho de que a salvação é exclusivamente pela graça de Deus.
Você é perfeito?
Não?
Sendo assim, visto que você está irmanado na herança comum da humanidade (em sua ruína e possibilidade de redenção em Cristo), há um lugar na Igreja para você também.
Marcadores:
fé,
relacionamento
sábado, 12 de dezembro de 2009
LIÇÕES DO SALMO DA DESESPERANÇA
1 SENHOR, Deus da minha salvação, diante de ti tenho clamado de dia e de noite.
2 Chegue a minha oração perante a tua face, inclina os teus ouvidos ao meu clamor.
3 Porque a minha alma está cheia de angústias, e a minha vida se aproxima da sepultura.
4 Já estou contado com os que descem à cova; estou como um homem sem forças,
5 posto entre os mortos; como os feridos de morte que jazem na sepultura, dos quais te não lembras mais; antes, os exclui a tua mão.
6 Puseste-me no mais profundo do abismo, em trevas e nas profundezas.
7 Sobre mim pesa a tua cólera; tu me abateste com todas as tuas ondas. (Selá)
8 Alongaste de mim os meus conhecidos e fizeste-me em extremo abominável para eles; estou fechado e não posso sair.
9 A minha vista desmaia por causa da aflição. SENHOR, tenho clamado a ti todo o dia, tenho estendido para ti as minhas mãos.
10 Mostrarás tu maravilhas aos mortos, ou os mortos se levantarão e te louvarão? (Selá)
11 Será anunciada a tua benignidade na sepultura, ou a tua fidelidade na perdição?
12 Saber-se-ão as tuas maravilhas nas trevas, e a tua justiça na terra do esquecimento?
13 Eu, porém, SENHOR, clamo a ti, e de madrugada te envio a minha oração.
14 SENHOR, por que rejeitas a minha alma? Por que escondes de mim a tua face?
15 Estou aflito e prestes a morrer, desde a minha mocidade; quando sofro os teus terrores, fico perturbado.
16 A tua ardente indignação sobre mim vai passando; os teus terrores fazem-me perecer.
17 Como águas me rodeiam todo o dia; cercam-me todos juntos.
18 Afastaste para longe de mim amigos e companheiros; os meus íntimos amigos agora são trevas.
Mesmo antes de ser evangélico já sabia que o Salmo 88 era um dos textos mais tristes da Bíblia.
O Salmo 88 é a súplica de um homem profundamente atribulado.
Pouco se sabe de Hemã, seu autor. Provavelmente era um dos levitas que serviam no templo de Jerusalém, durante o reinado de Davi. Se for o mesmo homem mencionado no 1.º livro das Crônicas, capítulo 25.4, tratava-se de um importante profeta e ministro de louvor.
Infelizmente, nada disto torna alguém imune à aflição.
Hemã não deixa claro o que está causando seu sofrimento, nem sua duração (de acordo com o versículo 15, não parece tratar-se de uma crise momentânea). Prefere se concentrar nas consequências que suas tribulações podem acarretar (a morte) e na grande solidão que sente.
Não importa.
O que importa é que Hemã enfatizou a tentativa de compreender teologicamente seu sofrimento. E a conclusão que chegou, a partir de sua perspectiva, era que Deus o abandonara.
Aí, foi demais para ele. Hemã surtou.
Hemã entrou em parafuso.
Hemã questionou a bondade de Deus.
Compreendendo que nada acontece fora da permissão divina, julgou que estava vivendo sob Seu desfavor.
Afinal, como não responsabilizar um Deus que se sabe soberano sobre todo o universo?
Nenhuma nota de esperança conclui o Salmo. Apenas a certeza da solidão do salmista.
Que lições podemos tirar deste cântico desesperado?
LIÇÃO N.º1: A oração do salmista é uma lamentação e desabafo indignado, mas não se constitui apenas nisto. Ele ora ao “SENHOR, Deus da minha SALVAÇÃO”. O que leva Hemã a orar? O que o leva a se mover em direção a seu Deus? Apesar de não compreender Deus, de virtualmente discordar de Deus, Hemã não desiste de Deus – sabe que Ele é confiável – e encontra coragem para, expor tudo que há em seu coração. Somente aquele que crê em Deus apresenta para Ele sua dúvida acerca dEle. O Salmo 88 é um lamento fundamentado na esperança que o caráter de Deus fornece.
2 Chegue a minha oração perante a tua face, inclina os teus ouvidos ao meu clamor.
3 Porque a minha alma está cheia de angústias, e a minha vida se aproxima da sepultura.
4 Já estou contado com os que descem à cova; estou como um homem sem forças,
5 posto entre os mortos; como os feridos de morte que jazem na sepultura, dos quais te não lembras mais; antes, os exclui a tua mão.
6 Puseste-me no mais profundo do abismo, em trevas e nas profundezas.
7 Sobre mim pesa a tua cólera; tu me abateste com todas as tuas ondas. (Selá)
8 Alongaste de mim os meus conhecidos e fizeste-me em extremo abominável para eles; estou fechado e não posso sair.
9 A minha vista desmaia por causa da aflição. SENHOR, tenho clamado a ti todo o dia, tenho estendido para ti as minhas mãos.
10 Mostrarás tu maravilhas aos mortos, ou os mortos se levantarão e te louvarão? (Selá)
11 Será anunciada a tua benignidade na sepultura, ou a tua fidelidade na perdição?
12 Saber-se-ão as tuas maravilhas nas trevas, e a tua justiça na terra do esquecimento?
13 Eu, porém, SENHOR, clamo a ti, e de madrugada te envio a minha oração.
14 SENHOR, por que rejeitas a minha alma? Por que escondes de mim a tua face?
15 Estou aflito e prestes a morrer, desde a minha mocidade; quando sofro os teus terrores, fico perturbado.
16 A tua ardente indignação sobre mim vai passando; os teus terrores fazem-me perecer.
17 Como águas me rodeiam todo o dia; cercam-me todos juntos.
18 Afastaste para longe de mim amigos e companheiros; os meus íntimos amigos agora são trevas.
Mesmo antes de ser evangélico já sabia que o Salmo 88 era um dos textos mais tristes da Bíblia.
O Salmo 88 é a súplica de um homem profundamente atribulado.
Pouco se sabe de Hemã, seu autor. Provavelmente era um dos levitas que serviam no templo de Jerusalém, durante o reinado de Davi. Se for o mesmo homem mencionado no 1.º livro das Crônicas, capítulo 25.4, tratava-se de um importante profeta e ministro de louvor.
Infelizmente, nada disto torna alguém imune à aflição.
Hemã não deixa claro o que está causando seu sofrimento, nem sua duração (de acordo com o versículo 15, não parece tratar-se de uma crise momentânea). Prefere se concentrar nas consequências que suas tribulações podem acarretar (a morte) e na grande solidão que sente.
Não importa.
O que importa é que Hemã enfatizou a tentativa de compreender teologicamente seu sofrimento. E a conclusão que chegou, a partir de sua perspectiva, era que Deus o abandonara.
Aí, foi demais para ele. Hemã surtou.
Hemã entrou em parafuso.
Hemã questionou a bondade de Deus.
Compreendendo que nada acontece fora da permissão divina, julgou que estava vivendo sob Seu desfavor.
Afinal, como não responsabilizar um Deus que se sabe soberano sobre todo o universo?
Nenhuma nota de esperança conclui o Salmo. Apenas a certeza da solidão do salmista.
Que lições podemos tirar deste cântico desesperado?
LIÇÃO N.º1: A oração do salmista é uma lamentação e desabafo indignado, mas não se constitui apenas nisto. Ele ora ao “SENHOR, Deus da minha SALVAÇÃO”. O que leva Hemã a orar? O que o leva a se mover em direção a seu Deus? Apesar de não compreender Deus, de virtualmente discordar de Deus, Hemã não desiste de Deus – sabe que Ele é confiável – e encontra coragem para, expor tudo que há em seu coração. Somente aquele que crê em Deus apresenta para Ele sua dúvida acerca dEle. O Salmo 88 é um lamento fundamentado na esperança que o caráter de Deus fornece.
LIÇÃO N.º2: Este cântico foi ouvido – no sentido mais pleno possível. A inclusão do Salmo 88 na Bíblia demonstra que Deus não exclui a súplica dos desesperados. Deus não condenou Hemã a um ostracismo na história, antes preservou o registro de sua luta e forneceu a homens e mulheres de todas as gerações um modelo que confere a certeza de que os ouvidos de Deus estão atentos aos aflitos.
Você não precisa desistir de sua sinceridade para caminhar com Deus. Aliás, é no exercício dela, tanto nos bons como maus momentos, que você começará a compreender melhor quem é Deus e o que significa ter um relacionamento pessoal com Ele.
Você não precisa desistir de sua sinceridade para caminhar com Deus. Aliás, é no exercício dela, tanto nos bons como maus momentos, que você começará a compreender melhor quem é Deus e o que significa ter um relacionamento pessoal com Ele.
Marcadores:
Deus,
esperança,
fé,
sofrimento
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
ONDE DEUS É MAIS AMADO?
Onde podemos encontrar maior e mais sincera devoção e amor a Deus?
Em uma igreja improvisada em uma favela ou em uma catedral?
Nestes respectivos locais de culto ama mais a Cristo o irmão que diz “grória a Jesuis” e se alegra em saber que é aceito por Deus em sua simplicidade ou aquele que busca o máximo de aprimoramento para servi-Lo?
Quem amou mais ao Senhor? Aquele que participou do mutirão na favela ou o artista que, ao ornamentar a catedral, a Ele apresentou o requintamento de sua arte?
Expressa melhor seu amor a Deus aquele que dá altissonantes gritos de glória a Seu nome ou aquele que cultua recatadamente em seu interior?
Encontramos melhor expressão de amor naquele que se esforça por defender e preservar a ortodoxia que considera mais pura diante de outras interpretações da fé cristã ou naquele que tenta enfatizar mais as semelhanças ou as diferenças entre aqueles que professam a Cristo?
Ama mais ao Senhor o mártir que tem sua vida ceifada por amor ao Evangelho ou aquele que percorre toda sua vida em serviço amoroso a Deus e ao próximo, inspirado pelo mesmo Evangelho?
***
É... são perguntas difíceis, sendo um tremendo atrevimento tentar achar as respostas.
Está fora de nosso alcance saber onde Jesus é mais amado. Só Jesus sabe!
Há um único lugar onde esta investigação é possível e incentivada: dentro de mim!
Olhando para dentro de meu coração, posso encontrar amor a Jesus nele?
E esta é a grande questão, pois apesar do grande enigma que esta mensagem encerra (“Onde Deus é mais amado”) não somos chamados a responder pela solução deste enigma, mas para responder pela medida de nosso amor a Deus.
Em uma igreja improvisada em uma favela ou em uma catedral?
Nestes respectivos locais de culto ama mais a Cristo o irmão que diz “grória a Jesuis” e se alegra em saber que é aceito por Deus em sua simplicidade ou aquele que busca o máximo de aprimoramento para servi-Lo?
Quem amou mais ao Senhor? Aquele que participou do mutirão na favela ou o artista que, ao ornamentar a catedral, a Ele apresentou o requintamento de sua arte?
Expressa melhor seu amor a Deus aquele que dá altissonantes gritos de glória a Seu nome ou aquele que cultua recatadamente em seu interior?
Encontramos melhor expressão de amor naquele que se esforça por defender e preservar a ortodoxia que considera mais pura diante de outras interpretações da fé cristã ou naquele que tenta enfatizar mais as semelhanças ou as diferenças entre aqueles que professam a Cristo?
Ama mais ao Senhor o mártir que tem sua vida ceifada por amor ao Evangelho ou aquele que percorre toda sua vida em serviço amoroso a Deus e ao próximo, inspirado pelo mesmo Evangelho?
***
É... são perguntas difíceis, sendo um tremendo atrevimento tentar achar as respostas.
Está fora de nosso alcance saber onde Jesus é mais amado. Só Jesus sabe!
Há um único lugar onde esta investigação é possível e incentivada: dentro de mim!
Olhando para dentro de meu coração, posso encontrar amor a Jesus nele?
E esta é a grande questão, pois apesar do grande enigma que esta mensagem encerra (“Onde Deus é mais amado”) não somos chamados a responder pela solução deste enigma, mas para responder pela medida de nosso amor a Deus.
Busque esta resposta.
E, se o seu coração for um enigma, tenha coragem para decifrá-lo. A busca desta resposta não é algo que pode ser ignorado.
Marcadores:
devoção
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
DOENÇAS QUE NÃO PODEM ATINGIR A SUA ALMA III: O MAL DE NOÉ, OU A SÍNDROME DO “EU FAÇO, E VOCÊ PAGA O PATO”
"Sendo Noé lavrador, passou a plantar uma vinha. Bebendo do vinho, embriagou-se e se pôs nu dentro de sua tenda. Cam, pai de Canaã, vendo a nudez do pai, fê-lo saber, fora, a seus dois irmãos. Então, Sem e Jafé tomaram uma capa, puseram-na sobre os próprios ombros de ambos e, andando de costas, rostos desviados, cobriram a nudez do pai, sem que a vissem.
Despertando Noé do seu vinho, soube o que lhe fizera o filho mais moço e disse: Maldito seja Canaã; seja servo dos servos a seus irmãos. E ajuntou: Bendito seja o SENHOR, Deus de Sem; e Canaã lhe seja servo. Engrandeça Deus a Jafé, e habite ele nas tendas de Sem; e Canaã lhe seja servo". (Gênesis 9.20-27)
Sarah E. Saville disse que o espetáculo de um bêbado é o melhor sermão contra o vício.
Noé não fugiu à regra. Bêbado e nu, mal lembrava o homem digno que sobreviveu ao dilúvio.
O maior problema, contudo, ocorreu após o porre (uma curiosidade: antigamente, uma bebedeira se chamava “carraspana” - isto pode cair no vestibular!):
Despertando Noé do seu vinho, soube o que lhe fizera o filho mais moço e disse: Maldito seja Canaã; seja servo dos servos a seus irmãos. E ajuntou: Bendito seja o SENHOR, Deus de Sem; e Canaã lhe seja servo. Engrandeça Deus a Jafé, e habite ele nas tendas de Sem; e Canaã lhe seja servo". (Gênesis 9.20-27)
Sarah E. Saville disse que o espetáculo de um bêbado é o melhor sermão contra o vício.
Noé não fugiu à regra. Bêbado e nu, mal lembrava o homem digno que sobreviveu ao dilúvio.
O maior problema, contudo, ocorreu após o porre (uma curiosidade: antigamente, uma bebedeira se chamava “carraspana” - isto pode cair no vestibular!):
Furioso pelo fato de seu filho Cam ter presenciado o espetáculo que ele mesmo proporcionara, Noé achou-se no direito de lançar-lhe uma maldição, mais especificamente, desejando que ele fosse subalterno em relação aos irmãos.
Que pensar disso?
Historicamente, a maldição de Noé foi utilizada por alguns intérpretes da Bíblia favoráveis ao racismo e à escravidão como um texto que traria sustentação seu sistema de exploração da etnia negra (onde Sem é visto como antepassado dos judeus, Jafé dos europeus e Cam dos africanos).
Outros intérpretes, convencidos da maldade desta interpretação distorcida do texto bíblico, consideram que a maldição de Noé atingiu apenas a Cam e seus descendentes diretos, ou seja, as tribos cananitas, não sendo aplicáveis a nenhum outro grupo étnico.
O que eu penso a este respeito?
Particularmente, não creio que devamos procurar algum “cumprimento” para esta maldição – e nem que tenha ocorrido algum.
Não creio que Deus tenha endossado as palavras de Noé.
Já pensou se Deus desse cumprimento a todo absurdo dito durante uma ressaca?
Não quero aqui justificar o comportamento de Cam, mas destacar que o causador de toda aquela confusão foi o próprio Noé!
É contraditório reclamar das risadas quando você as inspirou.
É uma saída muito simples desviar o foco das atenções para evitar lidar diretamente com o problema real – e quando é possível se abusar do poder, a coisa se torna mais fácil ainda!
Quantas pessoas saem pela tangente de suas responsabilidades, achando a quem culpar (e muitas vezes até maltratar ou amaldiçoar) pelo próprio fracasso!
Como prevenir a síndrome de Noé?
Com uma boa dose de autocrítica e responsabilidade.
Virtudes que ensinam que é melhor prevenir do que remediar – principalmente tentar remediar os próprios erros às custas dos outros.
Que pensar disso?
Historicamente, a maldição de Noé foi utilizada por alguns intérpretes da Bíblia favoráveis ao racismo e à escravidão como um texto que traria sustentação seu sistema de exploração da etnia negra (onde Sem é visto como antepassado dos judeus, Jafé dos europeus e Cam dos africanos).
Outros intérpretes, convencidos da maldade desta interpretação distorcida do texto bíblico, consideram que a maldição de Noé atingiu apenas a Cam e seus descendentes diretos, ou seja, as tribos cananitas, não sendo aplicáveis a nenhum outro grupo étnico.
O que eu penso a este respeito?
Particularmente, não creio que devamos procurar algum “cumprimento” para esta maldição – e nem que tenha ocorrido algum.
Não creio que Deus tenha endossado as palavras de Noé.
Já pensou se Deus desse cumprimento a todo absurdo dito durante uma ressaca?
Não quero aqui justificar o comportamento de Cam, mas destacar que o causador de toda aquela confusão foi o próprio Noé!
É contraditório reclamar das risadas quando você as inspirou.
É uma saída muito simples desviar o foco das atenções para evitar lidar diretamente com o problema real – e quando é possível se abusar do poder, a coisa se torna mais fácil ainda!
Quantas pessoas saem pela tangente de suas responsabilidades, achando a quem culpar (e muitas vezes até maltratar ou amaldiçoar) pelo próprio fracasso!
Como prevenir a síndrome de Noé?
Com uma boa dose de autocrítica e responsabilidade.
Virtudes que ensinam que é melhor prevenir do que remediar – principalmente tentar remediar os próprios erros às custas dos outros.
Marcadores:
séries
Assinar:
Postagens (Atom)