Se você ainda não assistiu Pantera Negra, aconselho você retornar a este texto após ver o novo filme da Marvel Studios, sucesso de crítica e público, a fim de evitar possíveis spoilers.
T'Challa é um super-herói incomum: antes de ser um guerreiro, é o rei de Wakanda, país africano fictício do universo Marvel, reserva mundial de Vibranium, metal fictício precioso e poderoso, que possibilitou o desenvolvimento tecnológico e social sem par desta nação e que por isso mesmo vive isolada de outras nações, preservando seu estilo de vida em sigilo.
O Pantera Negra incorpora as funções de estadista, guerreiro e representante das crenças ancestrais de seu povo, o que o faz dele um personagem muito interessante, testemunho da genialidade de seus criadores, Stan Lee e Jack Kirby e de como desde o início da formação de seu universo de super-heróis a Marvel soube trabalhar bem questões sociais e de representatividade.
O filme apresenta a coroação de T'Challa (seu pai, o antigo rei, fora assassinado em Capitão América: Guerra Civil) e o enfrentamento de um antagonista que pretende assumir o trono, Killmonger.
Uma fraqueza comumente apontada nos filmes da Marvel é a superficialidade de seus vilões. Para boa parte da crítica e do público, Killmonger se torna uma exceção, pois seu argumento para enfrentar o herói é plausível: Wakanda se isolou do restante do mundo em sua riqueza e ignorou o sofrimento histórico da população negra. Wakanda era culpada de omissão e reformas eram necessárias. Infelizmente, Killmonger busca implementar sua visão através de crimes de ódio, o que torna sua reprovável sua conduta. O Pantera Negra vence seu antagonista e implementa uma política de cooperação internacional.
Não posso deixar de fazer uma comparação entre Wakanda e muitas igrejas de nossos dias: possuem a riqueza do Evangelho, mas estão fechadas em si mesmas, alheias a todo sofrimento e necessidade a seu redor. Tal tipo de omissão é imoral, assim como a da fictícia Wakanda.
Não temos vibranium, mas aquilo que temos, somos chamados a dar (At 3.6), diminuindo, em nome de Jesus, a dor de quem nos cerca.
O Evangelho para sempre!